Meter tudo no mesmo saco não leva a lado nenhum. Até porque alguma dessa “indignação” veste fatos que custam dez salários mínimos. A propósito, vem a talhe de foice referir que não fica bem a profissionais respeitados andar a apontar colegas que acederam a assessorias. Por este andar, qualquer dia andamos a controlar o salário do vizinho. Eduardo Pitta, em Da Literatura, no post “A indignação“
Reproduzo parte do destaque que Tomás Vasques faz do post “A Corja”, publicado no “Vale a pena lutar”, assinado por Pedro Namora. Não sei que diga… Mas… está bem: se o Tomás destaca, é porque o texto é importante.
O governo de Sócrates é uma excrescência, um aglomerado de trapaceiros políticos, uma mentira permanente, uma corja de cobardes de peito inchado contra os trabalhadores, mas subserviente e de cócoras ante o patronato. Não formam um governo, são um bando. Chusma miserável sempre pronta a rosnar contra os que produzem riqueza. O único propósito que têm é destruir o que resta do que Abril possibilitou. Agora é o direito a férias. Se os deixarem hão-de colocar-nos nas galés. Pedro Namora, em “Vale a pena lutar, com o título “A Corja“
Uma das graças que o João Pedro possui é ser alheio à paróquia e à "norma" o que, num país de invejosos e de compulsivos analfabetos, maça. Estou cada vez mais como ele a propósito do que quer que seja. Procuro «encarar a coisa filosoficamente: "foda-se".» Do post “Encara a coisa filosoficamente”, no Portugal dos Pequeninos
Dino Segre, Pitigrilli, assoava-se e olhava para o lenço no final de cada dia. Assim, tão rústico quanto isso, observava o dia passado, com a mesma atitude de quem fecha a caixa e contabiliza a receita do dia. Pode ser uma boa prática. Exerço-a apenas de longe em longe e tento revisitar os factos por categorias, temendo sempre que se sobreponham novas teses ainda mais malvadas. Qual formiguinha desamparada, como se de um acto de expiação se tratasse, depois da fuga de Guterres com a alma cristã despedaçada - consciente de que a sua vocação não era viver mergulhado em pecados capitais, nem tão pouco redimir a esquerda não moderna, uns malditos que lhe andavam a estragar o fim de festa - perdi o meu tempo a ser endrominado por Barroso, pródigo a distribuir mimos e penosos atentados à inteligência, personagem perversa que ainda hoje deve agradecer muito aos deuses, a Guterres, ao processo Casa Pia, o facto de ter podido numa manhã de glória assobiar no duche com a consciência plena do passo que iria dar ao ler o juramento de estado, comprometendo-se a não fugir para vidas com mais mordomias, zarpando logo de seguida, como era de esperar neste mundo tão primário quanto perigoso e estupidamente competitivo. A coisa passou e deixou má memória, sobretudo o correctivo resultante da obsessão da doutora economista. O episódio seguinte foi uma aventura arriscada, que colocou em perigo todos por atacado, desde os novos-ricos aos mais desgraçados. Teve, porém, o seu lado positivo, já que o público assistiu a divertidos improvisos, uma (des)boca de cena descontrolada, um outro Teatro à margem do argumento formal e, quem sabe, o eleitor/contribuinte/consumidor, na qualidade excepcional de espectador, terá enxergado a mentira sobre a qual tudo se desenrola. As cenas da desistência de Durão e o governo de Santana ainda hoje nos levam a pensar sobre a lógica das elites, aquelas que nos obsequeiam com um pratinho de lentilhas e uma côdea de pão nos dias caprichosos em que precisam que tenhamos a impressão de sermos importantes. Foi um tempo com a sua piada, sendo que nunca se viram tantas facas prontas a serem cravadas nas costas de um tipo que, presumo, até deve ser porreiro para tomar um copo e discutir os podres das gentes e das misérias vaidosas deste país. Aí percebemos que talvez houvesse um pouco mais de civilidade (e habilidade) no Partido Socialista quando se trata de remover obstáculos políticos, já que no PSD é o grande espalhafato e no PS a exclusão faz-se pela calada. Foi-se Ferro e Pedroso e a coisa mudou de figura. Sócrates tornou-se viável. Não posso afiançar, tenho apenas uma vaga ideia, foi há tanto tempo que parece uma eternidade, mas creio que nas eleições internas votei em Sócrates. Se não estou em erro, na altura tratava-se de optar por alguém que tivesse estofo, ambição e margem de manobra interna para fazer o caminho da oposição, e no final ainda ter fôlego para ir à luta pelo poder, independente das características e convicções pessoais - prescindindo, claro está, das chatices ideológicas da tal esquerda socialista que não é moderna (retrógrada?), que nunca mais acorda para o mundo concreto que, para irritação do Exmo. Sr. Dr. Vitorino, não se habitua. O passo seguinte foi linear e previsível. Nessa circunstância, creio que também votei no Partido Socialista - por consequência em José Sócrates -, mas mais uma vez não posso afirmá-lo com toda a certeza, vista já ter passado tanto, mas tanto tempo, vistas e revistas milhões de imagens de José Sócrates levadas ao esgotamento, ouvidos centenas de milhar de ditos por não dito, retidas milhares de simulações de cenouras e promessas de doces, que até parece ter sido há mais de meio século, enfim, uma estafa. Na altura, no início, entre outras leituras, armado em “chico saloio“, a minha contribuição para as “campanhas de alfabetização” foi ler o Programa de Governo do Partido Socialista, não para aprender os segredos do discurso e desenrascar a vidinha, nem saborear uma emaranhada obra de ficção ou decifrar um policial, mas antes para me certificar do desvio que politicamente se estava a processar no PS, um desvio ideológico (moderno?) vincando com fúria indisfarçável as diferenças do tempo soarista, tentando, com subtilezas, não replicar algumas politicas, hesitações e fragilidades do tempo guterrista, evidenciando políticas económicas e financeiras sobrepostas aos propósitos vagamente estruturantes dos procedimentos que movem o Partido Social Democrata. Todavia, a apregoada ideia de um rumo novo, condimentada pelo slogan evangélico “Vamos acreditar”, desde o início que começou a evidenciar um conteúdo surpreendente, obrigando um dos estrategas a vir gritar a necessidade do cidadão eleitor/contribuinte/consumidor se habituar às contrariedades e ao vazio da carteira, sobretudo a classe média. Há dois ou três dias atrás, ouvindo o Primeiro-ministro a elogiar as reformas do sistema público de Saúde (eu diria de Doença), veio-me à memória um acontecimento recente que me levou às Urgências de um hospital que dizem de referência, onde a espera foi tão só de doze horas, sempre com a resposta desumana de “aguarde pela chamada”, um exercício de resistência à dor que decerto reservou um lugar no céu ao meu familiar. Estas amarguradas certificações têm sido frequentes ultimamente, retomando a certeza de que há quatro países em funcionamento: o dos muito ricos, a trezentos à hora nas auto-estradas, que nem sequer dão por nós - estão-se nas tintas para a maralha e para o governo; a dos novos ricos, a imitar os muito ricos, que a duzentos à hora dizem acreditar na pregação do PM, conquanto o “rumo novo” lhes entre directamente no bolso; o dos outros, incluindo a classe média baixa, que vivem no país autêntico e que sofrem na vida a encenação em cena; o do palco, o dos actores politicamente correctos no foco das luzes da ribalta, que apenas estão preocupados em seguir o argumento, na ânsia de aplausos e outras compensações, alheados dos outros três países. É isso: passaram apenas três anos e pouco, mas o tempo parece uma eternidade. É isso: para mostrarem serviço, esgotaram Sócrates levando-o à exaustão, estado que se começa a notar. Não tarda nada, já nem conseguimos olhar para a televisão, nem tão pouco escutar a sua voz. E lá se vai a cenoura da Finlândia pendurada em frente ao focinho dos burros, essa imagem em que ficámos suspensos, esquecendo a geografia, as diferenças de clima, e as dissemelhanças entre povos. Finlândia? Nós? Só lá para o próximo século.
Paro junto de mim e me debruço… Abismo… E nesse abismo o Universo com seu Tempo e seu Espaço é um astro e nesse Abismo há outros universos, outras Formas de Ser com outros Tempos, espaços E outras vidas diversas desta vida… O espírito é antes estrela… o Deus pensado É um Sol… E há mais Deuses, mais espíritos Doutras maneiras de Realidade… Fausto, Goethe
(…) havia um entendimento entre a polícia inglesa e a polícia portuguesa quanto à morte daquela criança, naquele apartamento, naquele dia... - Maddie nunca foi raptada e morreu naquele apartamento e naquela noite Gonçalo Amaral
That is why the greatest danger of all is to allow new walls to divide us from one another. The walls between old allies on either side of the Atlantic cannot stand. The walls between the countries with the most and those with the least cannot stand. The walls between races and tribes; natives and immigrants; Christian and Muslim and Jew cannot stand. These now are the walls we must tear down. We know they have fallen before. After centuries of strife, the people of Europe have formed a Union of promise and prosperity. Here, at the base of a column built to mark victory in war, we meet in the center of a Europe at peace. Not only have walls come down in Berlin, but they have come down in Belfast, where Protestant and Catholic found a way to live together; in the Balkans, where our Atlantic alliance ended wars and brought savage war criminals to justice; and in South Africa, where the struggle of a courageous people defeated apartheid. Excerto do discurso de Barack Obama em Berlim
Mentir pode ser um exercício de inteligência em que a realidade é reinventada. Essas alterações transportam consigo outras, numa reacção em cadeia, até perturbarem toda a paisagem. Não é fácil, pode ser perigoso. Quando comecei a mentir deixei de poder parar de mentir, uma mentira erguendo-se sobre outra. Sei que me é impossível voltar atrás, recomeçar tudo de novo. Mesmo que o quisesse - e não quero, seria demasiado doloroso e inútil - não me é agora possível destrinçar o que aconteceu do que podia ter acontecido, o que vi do que quis ver mais do que tudo, o que disse com o objectivo consciente de seduzir, aumentar o meu poder defendendo-me do mundo, do que disse com o coração na boca, a tremer, como se tivesse pouco tempo de vida. A minha vida nada tem a ver com o que escrevo. Pedro Paixão in Cala a minha boca com a tua
Num momento em que foram reveladas algumas previsões preocupantes quanto ao comportamento da nossa economia, quero dizer aos portugueses que isto é um tempo para não baixar os braços. Não podem deixar atingir-se por descrença, desânimo ou pessimismo. É preciso mobilizar todas as nossas forças para inverter esta situação. Presidente da República, in Semnário Sol
A sério…? Ao que se observa, ainda sobra lata para pedir aos portugueses mais sacrifícios, dos quais justamente se pode presumir que também não terão retorno, já que nos foi impingido, no princípio do corrente ano, um Portugal melhor para 2008 e anos seguintes, um país em franca recuperação, e passados três meses, qual erro de casting, afinal a desgraça é um disparate maior, prolongando-se para 2009, não se sabendo se a trapaça omite outros contratempos. De facto, a situação está a ficar muito colada à infelicidade do povo e a uma grande comum contradição dos dirigentes e das elites, que gradualmente se vão tornando aflitivamente patentes.
“Elementary my dear Watson”. Nem é preciso repetir. É já a seguir. Mas expliquem, por favor, com alguma brevidade, se o objectivo é táctico ou é estratégico. Não vá acontecer, como tantos, morder a língua, por entre os dentes.
Em relação a esta nota do Tomás Vasques, apenas um excerto para registar a questiúncula com motivos político/administrativos, bicéfalos, pirandeliana. Tudo ficará bem, quando (re)começar bem. Bom-senso, óbvio.
Director e personagens discutem e constroem uma querela sobre maneiras de fazer teatro. As personagens, tentando mostrar ao director que suas vidas são reais em relação ao palco, e ele defendendo a relatividade do que está sobre o palco, toma como paradigma a vida "real". A peça entra, assim, noutro plano: torna-se um estudo meta linguístico do teatro, a arte discutindo-se a si mesma. A forma de representação proposta pelo director não é aceite pelas personagens. Não querem ser representadas pelos actores da companhia. Afinal, como alguém poderia representar melhor a vida de uma personagem do que ela própria?
Os posts de Miguel Abrantes, no blog Câmara Corporativa, relacionados com "Um misterioso negócio sem risco", da responsabilidade da Exma. Sra. Dra Ferreira Leite, que pode vir a constituir uma enorme fragilidade, merecem o tempo que levam a ler, nem que seja para se ter uma noção dos prejuízos que podem provocar os documentos anexos, complementares aos contractos. Francamente... uma senhora tão séria. Preferia Passos Coelho.
Para muitas pessoas este não é um livro fácil. Não porque tenha um texto denso ou gráficos impenetráveis. Mas pela simples razão de que transporta uma mensagem realista. E, muitas vezes, o realismo não é especialmente agradável. Quando falamos de Portugal isso parece mesmo uma verdade absoluta. É este pequeno esforço que pedimos aos leitores. Não vejam este livro como uma crónica de um país acabado. Nem desdenhem os dados que aqui são sistematizados. Muito menos pensem que os autores desejam que tudo «vá ao fundo». Olhem antes para o que aqui é escrito como um ponto de partida para alguma coisa melhor. Porque quem não aceita a realidade raramente consegue encarar o futuro. Este livro pode ser um bom ponto de partida para se perceber que país somos, em que Estado estamos e para onde caminhamos. O optimismo não basta. Sinopse retirada do Portal da Literatura
A revista Ops! foi lançada, creio que ontem, por uma corrente de opinião, em grande medida ligada ao Partido Socialista. Naturalmente que destaco o texto do Luís (Novaes Tito), consequente, vai para muitos anos, na sua posição política e no contexto partidário, a maior parte das vezes cheio de razão, vestindo, porém, uma saudável ingenuidade. A revista pode ser descarregada em pdf, aqui. Disponham. Os responsáveis garantem que acrescenta o pensamento e ajuda a sair do “emburricamento“. E parabéns, amigo Tito, pelo anito da Barbearia.
Nós, os que nos revemos naquilo que designamos por socialismo democrático, temos de acreditar que é nesses princípios que reside o objectivo da qualidade da democracia humanista e repudiar que se possa meter na gaveta os nossos fundamentos por entendermos que soluções diversas são soluções mais eficazes. Mesmo em alturas de apertos e sacrifícios, não poderemos perder de vista a humanidade que o socialismo democrático comporta, nem desviar-nos do horizonte alcançável pela igualdade de oportunidades e pela manutenção da dignidade humana. É na consolidação dos combates à miséria e à iliteracia, na aplicação eficaz da justiça, no incentivo ao mérito e na protecção do ambiente que reside a construção de uma cultura sólida de defesa dos consumidores só alcançavel pela consciência de cidadania. Excerto de artigo de Luis Novaes Tito, em Ops!
Estranhamente, a nova oposição quer ver todas as contas das obras públicas, ali, explicadinho, parcela por parcela, somas e subtracções. E dizem-no sem se rirem, como se agora é que tudo estivesse endrominado. Como se houvesse a forte probabilidade de ficar tudo escarrapachado no papel pardo da mercearia, preto no branco. E que as contas nesse papelucho, escritas a lápis, fossem susceptíveis de andar de mão em mão ou cair na praça pública. Quére dezer…
A crise explicada de modo simples, como faz Nicolau Santos no seu blogue no semanário Expresso, no post "O estado da economia mundial ou a tempestade perfeita", também nos diz que vamos padecer durante mais uns três ou quatro anos, considerando a combinação das tendências globais negativas, a que eu não designaria de "tempestade" mas antes de tragédia. Neste contexto de desgraça interna, que nos assolou logo depois do "façam pela vida" de Guterres, iremos ter no futuro, creio, lá para 2012, um momento fugaz de tréguas, que servirá para aqueles que enriquecem em tempo de crise contarem os maços de notas, e os outros, os das novas contas bancárias bem recheadas, que desabrocham com a desgraça dos povos, apertarem ainda mais o ciclo temporal do dinheiro investido, sendo também um tempo para as donas Brancas fazerem ajustamentos dos retornos, reforçando a musculatura dos cobradores de fraque. A folga, porém, será "sol de pouca dura", pelo que recairemos forçosamente na crise interna, tendo em conta o que as obras públicas "à la carte" trazem atracado, de facto grandes benefícios para os portugueses, tal como a perspectiva de nos começarem a aparecer novas facturas lá para o 2014, coisas que qualquer empresário trafulha, ciente de que vive à beira da insolvência, faria sem hesitar, chutando para a frente. Mas como sempre, nós, eleitores/contribuintes e consumidores, suaves, suavezinhos, exercitamos mais uma vez o benefício da dúvida e a tolerância viciosa, presumindo -mal, sublinhe-se - que os novos empréstimo do Estado, para novos negócios do Estado, se multiplicarão em riqueza bem distribuída, crendo ingenuamente que o dinheiro possa vir a saltitar de gaveta em gaveta, com as habituais artimanhas contabilísticas e administrativas, de maneiraa a sobrar uma parte para as políticas sociais, coisa, aliás, subitamente na boca de todos. Acreditemos... enfim, que haverá sobra, apesar da música ser bem cantada, mas já não alegrar.
Mais logo ( RTP 1, 20h50), o Exmo. Sr. Primeiro-ministro vai-nos explicar, bem explicadinho, como chegámos a esta situação desgraçada e como os discursos para criancinhas e os contos de fadas, perante os factos, lentamente se converteram em pessimismo na margem do puro e duro, sobretudo para a classe média que desapareceu na cartola de um pérfido ilusionista. Por isso, para distrair, nada mais apropriado do que dois youtubes da mais famosa pop star da Rússia, que vai começar a apostar neste nosso mercado em que a língua de contacto continua a ser o inglês. Vladimir Putin adora a cantora, com justificada admiração. Por isso os apoios vão ser muitos. A voz é invulgar. E como a própria diz: “ A Madonna tem os seus músculos, eu tenho a minha voz”. Ouçam, portanto, agora, sendo certo que mais logo vão ter dificuldade em adormecer quando simpático Exmo. Sr. Eng. José Sócrates (segundo o eminente Exmo. Sr. Dr. Vitorino, o tal líder forjado já depois do 25 de Abril... portanto...), disser aquilo que já sabemos que vai dizer, acrescentando, provavelmente, algumas pistas sobre o nosso futuro trágico, mas pintando-o com cores suaves, para amenizar a coisa, é oportuno registar que a OCDE prevê um aumento do desemprego em 2008 e 2009. As previsões são por atacado - muitas apenas num falar por falar e marcar presença - e vindas das reconhecidas eminências do regime, mas as soluções inteligíveis ou estão depositadas em offshores, inacessíveis ao cidadão comum, não vá o povão tecê-las, ou, na realidade, para nossa desolação, simplesmente não existem nas excelentíssimas cabeças das nossas "elites". Estamos perdidos, reconheçamos. Perdidos e sem dinheiro. O discurso político geral é, portanto, um bom sedativo, tendo em conta que a selecção nacional, o nosso último reduto de orgulho, não nos deu o espectáculo que desejávamos e assim não nos injectou a dose de auto-estima para superar o estado de carência. Vejam pois os excelentes youtubes de Valeriya e preparem-se para logo à noite assistir à entrevista com o “menino d’oiro”, momento televisivo que deixará o “menino guerreiro” ainda mais irritado. Pois é: p’ró menino e p‘ra menina.
Terei ouvido mal ou Luís Inácio Lula da Silva, durante a reunião cimeira do Mercosul (ontem?…), abespinhado com o Banco Central Europeu, terá dito que foi delapidado um valor desmesurado de euros em especulações, sem que tenha havido qualquer referência ou notícia do acontecimento. De facto, andamos todos a dormir e a informação que conta circula apenas por alguns. O nosso “menino d’oiro” tem razão: “Acordem! O Mundo Mudou!" No Estadão, do Estado de S. Paulo, pode ler-se uma síntese da intervenção de Lula da Silva na Cimeira do Mercosul. Ficam uns recortes. O restante, siga-se o link.
É preciso que tenhamos em conta o que está acontecendo no mundo, e confesso que não tenho toda a clareza do que está acontecendo (...) O que eu sei é que quando os bancos europeus perdem 400 bilhões de euros na especulação e não dizem nada e toda vez que a gente pergunta pra um ministro e nos respondem que o caso não está apurado é sinal de que algo estranho se passa. Se fosse um país da América do Sul, já teria um monte de organismos com estudos prontos e dando opinião. (…) Foram 175 milhões de toneladas de grãos consumidos dos estoques que existiam no mundo. E não foram repostos porque os países ricos pagavam para seus produtores não produzirem nem leite, nem outros produtos. (…) Eu li uma matéria hoje que mostra que o mercado de futuros tem o mesmo estoque de petróleo que a China. Ou seja, temos duas Chinas: uma que consome petróleo e outra que especula.
João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. Carlos Drummond de Andrade
"Ontem quando cheguei a casa tirei uns quantos profiteroles que ainda tinha no congelador, vai daí, como não tinha nem queijo nem espinafres, fiz um molho branco espesso com farinha, leite e uma noz de manteiga, temperei com sal, pimenta e noz moscada, à parte fiz um refogado com cebola, alho e azeite, juntei uma lata de atum desfeito, umas azeitonas verdes picadas e um molho de coentros picados. Misturei o atum com o molho branco e recheei os profiteroles.
Podem ser servidos como entrada ou acompanhados por uma salada para um jantar leve."
Relatos Verídicos Experiências de Quase-Morte Manuel Domingos,
Patrícia Costa Dias,
Paulo Alexandre
O nosso cérebro, é, na realidade, uma máquina fabulosa que consegue efectuar qualquer coisa como alguns muitos milhões de operações por segundo (…). Mas não tenhamos ilusões, (…) a essência do nosso ser não é apenas algo produzido por umas moléculas, por uns átomos.
Manuel Domingos
Presidente da Sociedade Portuguesa de Neuropsicologia
Le point de départ de ce livre est, en janvier dernier, une conversation de Bernard-Henri Lévy avec Nicolas Sarkozy.
De quoi le progressisme contemporain est-il malade et quels sont les symptômes,
les figures, les causes, de cette maladie ? C'est la seconde question qu’il soulève, plus complexe, et qui le conduit à des développements
sur, pêle-mêle, l’anti-américanisme, les mythes de l'empire, la question de l'Islam, le retour de l'antidreyfusisme,
les illusions de l'anti-libéralisme ou le parfum munichois qui rôde autour de nombre de discussions sur la guerre et sur la paix.