Semanada >   H. Jackson Brown, Jr.
When you lose, don't lose the lesson

sexta-feira, março 30, 2007

A nêspera eriobotrya japonica


Não se pode invocar o nome de nêspera em vão, excepto quando se pretende, com fervor, a graça de Deus. Por isso, peço que se tenha em conta o seguinte: Culturas intercalares - a fim de conseguir o retorno rápido do capital investido durante os primeiros anos de formação do pomar, há vantagem no plantio do cultivo de culturas de pequeno porte, como alguns grãos e oleirícolas. Caso não haja interesse no cultivo de culturas comerciais, se possível, fazer o consórcio com adubos verdes, o que vem a promover ganhos na estruturação do solo, pelo aumento do teor de matéria orgânica e retenção de humidade, devido ao acumular de palha e diminuição da emergência de plantas invasoras.
Principais pragas e doenças - as principais pragas que atacam as nespereiras são os pulgões, mosca-das-frutas e a mariposa oriental. Como controle, é indispensável o ensacamento dos frutos. No caso das doenças, apenas há maiores preocupações com a entomosporiose, em plantas jovens e a antracnose, eventualmente em plantas adultas. Como medida de controle, deve-se realizar pulverizações com produtos a base de cobre, sempre rotacionando o princípio activo do produto comercial a cada aplicação, para assim evitar-se possíveis resistências dessas enfermidades.

Tecnologias e Nêsperas


Rifão quotidiano

Uma nêspera
estava na cama
Deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece

Mário Henrique Leiria

Nota de rodapé: para o leitor que não sabe do que se trata neste descontextualizado post, apenas me é permito dizer que está codificado. E o que é código não é para todos

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Epicteto

“Quem se submete aos homens já está submetido às coisas”

Hoje fixei-me numa citação de Epicteto, não me recordo em que blog. Para começo de mais uma jornada blogueira, decidi acrescentar outra, do mesmo antigo filósofo grego.
Podes ser invencível se nunca empreenderes um combate no qual não saibas que a vitória não depende de ti. Evita considerar como feliz um homem escolhido para um cargo oficial, ou muito poderoso, ou usufruindo por uma razão ou por outra da estima pública. Com efeito, a essência do bem reside naquilo que só depende de nós, e não há razão de ser para a inveja ou o orgulho. Quanto a ti, não desejes ser general, magistrado ou cônsul, mas apenas livre; e, para aí chegar, só existe um caminho possível: o desprezo por aquilo que não depende de nós
Adenda: afinal descobri o blog que se dá pelo interessante nome Bomba Inteligente, de Carla Hilário Almeida Quevedo.

Bomba Ineligente > Epicteto

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Gaguezes

No Almocreve das Petas, num post com o título “Mariano Gago - o mudo”, um sublinhado meu:
Mudo e quedo, Mariano Gago deixou seguir a repugnante "estória", não se sabendo se o fez por simples ingenuidade ou por excesso de pura estratégia política. Por causa disso mesmo, a devassa caiu sobre todas as instituições de ensino privado.
Blog Almocreve das Petas > Mariano Gago - o mudo

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Momento de poesia

Poema de José Agostinho Baptista

Comovem-me

Comovem-me ainda os dias que se levantam
no deserto das nossas vidas.

Dos belos palácios da saudade
não resta a impressão dos dedos nas colunas
fendidas, e nada cresce nos pátios.

Muito além, depois das casas, o último
marinheiro continua sentado.
Os seus cabelos são brancos, pouco a pouco.

Aqui, tudo se resume a algumas tâmaras que
secaram ao sol,
longe do orvalho,
das fontes que pareciam nascer de um olhar
turvo sobre a sede da terra.

Comovem-me ainda as palavras que dizias
aos meus ouvidos aprisionados pela música.
Comovem-me as cadeiras vazias, no pátio.

Lembro-me sempre de ti.

In Esta voz é quase o vento. Assírio & Alvim. 2004


Página de José Agostinho Baptista
Editora Assírio & Alvim

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Duas notas chatas, em uma nota

Frequentemente fico a ruminar se devo utilizar o blog para transmitir certas coisas da vida. Demoro tempo a decidir, sobretudo quando as notas abrem fendas na intimidade e concluo que são desinteressantes. Por isso e por norma arquivo os textos sem os inserir. São uns quantos que perderam oportunidade. Mas desta vez (se calhar erradamente) resolvi deixar aqui uma breve nota sobre o Soares Louro, depois de verificar que poucos da minha lista de links lhe redigiram posts.

Soares Louro
Fui encontrando na net muitas referências a João Soares Louro, falecido anteontem e que conheci nas andanças antigas do Partido Socialista, trabalhando com ele (ou para ele) em diferentes ocasiões, algumas exteriores aos “sarilhos” partidários. Não sei se nos poderíamos considerar amigos, mas creio que sim.
Em 1976, por iniciativa própria, em grande medida contrariando as indicações do PS, integrei a equipa de Soares Louro que organizou o dossier de campanha do General Ramalho Eanes. Em 1980, em Eanes Sim, voltei a encontrar Soares Louro nas primeiras reuniões da Estefânia com o General Garcia dos Santos, que resultariam na organização da segunda Cnarpe, na Avenida da Liberdade, politicamente marcada pelo distanciamento de Mário Soares e seu sequente apoio à candidatura de Soares Carneiro.
Voltei a trabalhar para (com) Soares Louro em 1980/81, na equipa da campanha da Frente Republicana e Socialista, com António Guterres na direcção das operações, o Carlos Santos Ferreira, se não erro, no Planeamento, e o meu amigo Edmundo Pedro nas “contabilidades”. Recordo-me também de Nuno Brederode, Vítor Constâncio e Jorge Sampaio, tal como tive o privilégio de trabalhar com Harry Walter, creio que amigo de Soares Louro, responsável pelas campanhas do SPD, para Willy Brandt e Helmut Schmidt e também de Jimmy Carter.



Em 1985, Harry Walter vem novamente a Portugal, por um breve período, para ajudar na definição da “Propaganda” do primeiro Masp de Soares. Nessa circunstância (1985/6) integrei a equipa, uma prerrogativa profissional invulgar que me levou a colaborar com António Pedro Vasconcelos e Nuno Teixeira, bons amigos de Soares Louro, e com Mário Barroso. Soares Louro, coerente, empenhou-se na organização do Zap, Zenha à presidência, movimento com o apoio velado do Partido Comunista.
Nos intervalos destas circunstâncias profissionais e políticas, de quando em quando encontrávamo-nos na Figueira da Foz, nas “romagens” que fui fazendo em trabalho e ao encontro de amigos, tantas vezes para o Casino Peninsular e outras tantas para o Centro Ecuménico do meu protestante amigo José Leite - que, aliás, publicou um livro engraçadíssimo, com o título “O Humor que veio do Frio”, na Editora Perspectivas e Realidades, um risco editorial de João Soares.
Depois, de quando em vez, lá íamos trocando umas palavras, sendo que me recordo de uma das últimas conversas no gabinete da Expo 98, com o charuto, meio consumido, ao canto da boca, o seu sorriso trocista, a voz roufenha e um sentido de humor a meu gosto, um daqueles homens com talento e que naturalmente respeitamos, de grande coração, com poder qb, que, na realidade, não se levam muito a sério, sabendo separar o essencial do acessório da vida e, com é obvio, amigo do amigo.
Morreu com 74 anos. Em Santa Maria. Doença prolongada. Não sei se terá sido tratado nas cadeiras que eu conheço bem, mas decerto esteve, mesmo assim, em muito boas mãos. Ao contrário do meu amigo João, acho que o corpo foi velado no sítio certo: a Casa Pia. Antigo aluno, director da instituição e associado de tertúlias casapianas, que regularmente irmanam pessoas de grande nível na nossa sociedade e em todas as áreas de actividade, pobres e ricos. Se tivesse que ser velado num espaço da Maçonaria, do Grande Oriente Lusitano, então seria indicado fazê-lo para os lados de Arganil, lugar que me faz lembrar o generoso Comandante Simões Coimbra e dos respectivos detractores na circunstância, que foram invadindo sub-repticiamente também esta instituição.

Não, não acredito… nos diz que disse

«nous devons absolument libérer les initiatives et les capacités d´innovation au lieu de les freiner pour mieux répartir la pénurie»

Há leituras que nos pasmam. A nota através da qual João Gonçalves (Portugal dos Pequeninos) nos remete para um comentário de uma outra sua nota, expõe uma situação espantosa e complicadíssima que, aliás, no caso de ser verdade constitui um imbróglio difícil de justificar em termos políticos, visto não assentar em nenhum esquema estratégico nem programático com o qual o Partido Socialista se apresentou ao eleitorado, no campo da Cultura - situação invulgar que malbarata as valências positivas e os compromissos transparentes que levaram às nomeações.
Poderia, na minha insignificância, remeter esta nota ao cuidado do gabinete ministerial. Por piada, destiná-la também a outros gabinetes e a alguns amigos. Mas prefiro enquadrá-la na atenção do simpático Ruben de Carvalho, que admiro. Para além do rumor/comentário que linko, faço também outro link à teoria do Teatro/Escola. Porque, a serem provadas as irregularidades graves, é caso para dizer se não seria mais razoável ficarmos pelo Teatro e deixarmos a “Escola” sossegada, enquanto não definirmos o que esta quer ensinar e o que esta quer que se aprenda no que respeita a Teatro.
Não comento, nem adianto uma opinião - que, no fundo, não faz falta nenhuma no meio de tanto doutorado auxiliar em artes e na matéria em questão. Mas, por razões que prefiro não expor, se for verdade o escrito (o que francamente me custa a acreditar), não será legítimo perguntar se alguém vai transmitir publicamente uma breve justificação, no mínimo, convenhamos, política. Tanto mais, visto haver a indicação de um défice cerca de 1,7 milhão de euros por justificar, segundo dizem, e a coisa já penetra noutro foro. Défice “político” que em cabimento efectivo faria um jeitão em instituições como, por exemplo, o Museu Nacional de Arte Antiga.


Imagem sacada no blog TóColante

Se calhar seria interessante saber o que pensa a Comissão de Trabalhadores. Ou a Sra. Fernanda Câncio, quanto a protecções. Ou a actual opinião de uma certa pessoa que me disse em Junho ou Julho de 2006, “Eu sei perfeitamente o que quero!”. Ou o Dr. Augusto Santos Silva. Para não referir quanto seria interessante saber o que pensam os responsáveis da pasta. Ou, em última instância Pedro Magalhães Ribeiro, vereador na área da Cultura da Câmara do Cartaxo que, ao que o comentário afirma, tem sido um dos beneficiários... politicamente falando.

Blog Portugal dos Pequeninos
Post Portugal dos Pequeninos
Comentário/mail no Portugal dos Pequeninos
Blog TóColante
Blog Teatro na Educação > Teatro/Escola - Urgência de uma definição

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Coisas esclarecedoras

1. O programa televisivo com o Dr. Silva Lopes e Dr. Frasquilho;
2. Entrevista de Mário Soares, que abordou este Mundo perigoso e o futuro da Europa. Magnífica.

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terça-feira, março 27, 2007

Momento de gastronomia

As coisas, em termos de demonstração de dotes culinários, começam a dar frutos. As amigas não só me questionam sobre os meus gostos e paladares, mas prontificam-se para produzir coisas deliciosas. No sábado, num encantador jantar, a Ana tratou de apresentar uns magníficos canelonis, fechando com uma sobremesa, esta coisa com bom aspecto e agridoce, para “desenjoar”, disse a generosa anfitriã. Tudo regado com um Defesa tinto.


Canelonis recheados de requeijão e espinafres


Coisa deliciosa, que não me recordo do nome, mas sei que tem gelatina, amoras, morangos e…

Como se não chegasse, ontem a Inês resolveu manifestar os seus talentos para a cozinha com um bolo de chocolate fabricado nestas máquinas da moda, que cozinham tudo sozinhas e nos plantam basbaques na expectativa do resultado, depois de atirarmos lá para dentro os ingredientes recomendados no manual/livro de receitas.



A coisa sai aceitável. É… é bolo de chocolate. E saboroso. A máquina cozinha bem, mas marimba-se para as questões estéticas, esquecendo-se que a vista também come.

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Saudáveis ritos

Aprecio os bloguers que para além de se cruzarem todos os dias no mesmo blog, fazendo dele, muitas vezes, um quase fórum, também se encontram em opíparas refeições, para com imenso gozo dar expressão a um “mentidero”.


No caso, refiro-me ao Corta-fitas. Segundo informam os próprios (Duarte Calvão, Francisco Almeida Leite, Inês Bastos, Isabel Teixeira da Mota, João Távora, João Villalobos, José Nero Fontão, Luís Naves, Marta Caires, Miss Pearls, Nuno Sá, Lourenço Pedro Correia, Rodrigo Cabrita, José Carlos Carvalho, Leonardo Negrão), que não conheço, vai haver tertúlia, certamente para umas saudáveis gargalhadas.

Blog Corta-fitas

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Circunspecções íntimas


Mark Rothko. Untitled. 1969

Apesar de já ter espreitado bastantes coisas sobre o artista, foi com agrado que li e reli um post breve no Estado Civil sobre Mark Rothko, uma síntese de vida e obra consequente. As leituras sobre Rothko traduziram-se num deslumbramento, sendo que entendo a pintura, quando autêntica, como um acto de coragem.

Blog Estado Civil

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(contacto)



Espaço T
Via Blog Muita letra

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O último desliga a luz, sff

Sabendo nós os efeitos, os sustos e os perigos dos apagões, faz sentido ler esta nota no Bloguitica que, não dizendo, fala sobre as armas electrónicas.

Blog Bloguitica > Estratégia Nacional para a Energia

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E quanto + penso…

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Conquentão adesivo e informático?



Andando por aí, como tantos outros que andam por aí, leio que me qualificam de “choque tecnológico”. Ao que eu cheguei… ( não pelo “choque, mas pelo tecnológico).
Como se a figura não chegasse, a minha caricatura é enquadrada no contexto de um post sobre o “viagra” para mulheres com menopausa precoce, um adesivo denominado “intrinsa” - que parece nome de espia russa. Mais: se a do “choque tecnológico”, associado à menopausa, não fosse pouco, João Tunes, do Água Lisa, aponta-me como sendo “informático” e apensa-me, simpaticamente, um “engenheiro” ao meu estado profissional.
Que dizer…?
Obrigadinho, claro.

Site/clipping à borla produzido diariamente por João Soares
Blog Água Lisa

Depois destas duas simpáticas referências que me foram feitas, acho que vou começar a variar de ares, por exemplo navegando e lendo coisas para os territórios de Yvette Centeno, que também me seduzem e inspiram.



Blog Simbologia e Alquimia de Ivette Centeno

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Legendas

A epígrafe do blog Câmara Corporativa é interessante. Interessante e provada. Não porque ache que o meu amigo Cluny tenha sempre razão. Mas porque pensa bem.
"Todos defendemos o Estado de direito desde que não nos bata à porta." (António Cluny, DN de 22.05.2006)

Blog Câmara Corporativa

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segunda-feira, março 26, 2007

Então, a Bem da Nação…

Assim sendo, deixo então o retrato de um grande português e amanhã vou telefonar aí a um amigo para lhe dar o braço a torcer e que cito: “Vocês ainda vão ter saudades do Salazar…”.
Depois desta “eleição”, talvez esteja na hora de comprar tinta preta.
É. Preta.
Para pintar a cara…


zoom na imagem
Para ser sincero, pensei que iria colocar uma foto de Salazar no meu blog apenas lá para 2015. Mas, enfim… as coisas estão a correr mais depressa do que era de esperar.

Deixo dois links que podem ajudar nos upgrades conjunturais, considerando este novo cenário que vai tomando forma na cabecinha das pessoas.
Tiro o chapéu ao meu amigo José Mateus Cavaco Silva, tal campanário sempre a tocar os sinos por causa da vida da coisa colectiva corporativa e salazarenta.

Vidas Lusófonas > António de Oliveira Salazar
Salazar, o Obreiro da Nação > Frases e Pensamentos
--
Blog Claro de José Mateus Cavaco Silva

E deixo também um pedaço de um poema de cabeceira, significativo para os “putos” que espero ver nos amanhãs com as caras pintadas de preto.

(...)
Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como Índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
é a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens.

Ary dos Santos

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Enxergando por aí

Visitei, por via da lista de links do Blog Da Literatura, a Cozinha da Joana e registei as empadas de camarão. Coisas deliciosas… certamente!



Blog A Cozinha de Joana
Da Literatura

No Portugal dos Pequeninos li com gosto a nota sobre Francisco Lucas Pires. Gente com quem se aprendeu. Muito.
Portugal dos Pequeninos > Francisco Lucas Pires

Alfabetizações que convém assimilar de quando em quando. Ou os lieux (milieux) de mémoire na extensão do Abrupto, nos Estudos sobre o Comunismo.
Estudos sobre o Comunismo


Foto de Tiago Espírito Santo

Imagens do Japão, de Tiago Espírito Santo, no blog Efeito Nipónico.
Blog Efeito Nipónico

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Das formatações

Uma nota a despropósito: quando uma cabeça é formatada e posteriormente nela se inscrevem determinadas configurações pessoais, seguidas do indispensável software, esse cérebro mantém o processo de raciocínio para o qual foi manietado, com as inerentes limitações do hardware, até que seja de novo formatado, num procedimento igualzinho ao dos imprescindíveis computadores. No contexto dos PCs, também há outro processo, por vezes mais eficaz, que são as repartições, que, por extrapolação, se podem aplicar também aos miolos. Todos os dias encontro pessoas a necessitar de novas formatações e outras a quem seria recomendável executar algumas repartições. Ponto final.

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Sentidos do Estado


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Cavaco Silva nunca terá perdoado aos seus de então a derrota frente a Jorge Sampaio. Este ressentimento calado, que o carácter lhe traduz em amuo e muita das vezes conduz, estou em crer, para evitar esquecimentos, ao rebobinar de cenas penosas, que recapituladas cerceiam o indivíduo no novo caminho que a ambição e a circunstância elegeram. Enquanto uns, mais pacholas, afirmam serem vingativos, mas esquecem depressa, outros, também porreiros, dizem não serem vingativos, mas acrescentam que não esquecem. É, pois, no rodopiar do esquecimento e da parabólica força dos rancores que certificamos o sentido do Estado, a capacidade profissional de exercício da falsidade protocolar politicamente correcta. Interrogamo-nos, portanto, se a autenticidade deve fazer parte do mosaico pelo qual aferimos o “sentido de Estado” ou se a expressão mais genuína da figura pode ser uma importante distorção da representação da Instituição. Assim, ainda na dúvida, é justo perguntar se com estas Presidências, a de Portugal e a da União, Mário Soares devia ter sido convidado para a celebração dos 50 anos.
A verdade é que Cavaco Silva conseguiu duas maiorias absolutas e é agora Presidente da República. Isto, suponho, confere-lhe uma boa dose de autoridade, mesmo sendo caprichosa. E é adequado repetir a afirmação de um amigo: " Qunato mais alto me reporto, mais eminentemente me certifico".

«Cavaco Silva bem pode dizer quais os critérios, mas não vai conseguir explicar porque raio excluiu o principal rosto da adesão de Portugal à CEE – Mário Soares – do debate de segunda-feira no Palácio de Belém, para assinalar os 50 anos do Tratado de Roma.»

In Glória Fácil, de Nuno Simas
Blog Glória Fácil > É feio, sim senhor.
Blog Bloguitica
Hoje há conquilhas... > Efemérides

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