Sentidos do Estado
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Cavaco Silva nunca terá perdoado aos seus de então a derrota frente a Jorge Sampaio. Este ressentimento calado, que o carácter lhe traduz em amuo e muita das vezes conduz, estou em crer, para evitar esquecimentos, ao rebobinar de cenas penosas, que recapituladas cerceiam o indivíduo no novo caminho que a ambição e a circunstância elegeram. Enquanto uns, mais pacholas, afirmam serem vingativos, mas esquecem depressa, outros, também porreiros, dizem não serem vingativos, mas acrescentam que não esquecem. É, pois, no rodopiar do esquecimento e da parabólica força dos rancores que certificamos o sentido do Estado, a capacidade profissional de exercício da falsidade protocolar politicamente correcta. Interrogamo-nos, portanto, se a autenticidade deve fazer parte do mosaico pelo qual aferimos o “sentido de Estado” ou se a expressão mais genuína da figura pode ser uma importante distorção da representação da Instituição. Assim, ainda na dúvida, é justo perguntar se com estas Presidências, a de Portugal e a da União, Mário Soares devia ter sido convidado para a celebração dos 50 anos.
A verdade é que Cavaco Silva conseguiu duas maiorias absolutas e é agora Presidente da República. Isto, suponho, confere-lhe uma boa dose de autoridade, mesmo sendo caprichosa. E é adequado repetir a afirmação de um amigo: " Qunato mais alto me reporto, mais eminentemente me certifico".
«Cavaco Silva bem pode dizer quais os critérios, mas não vai conseguir explicar porque raio excluiu o principal rosto da adesão de Portugal à CEE – Mário Soares – do debate de segunda-feira no Palácio de Belém, para assinalar os 50 anos do Tratado de Roma.»Blog Glória Fácil > É feio, sim senhor.
In Glória Fácil, de Nuno Simas
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