Semanada >   H. Jackson Brown, Jr.
When you lose, don't lose the lesson

quinta-feira, agosto 28, 2008

Apenas uma visitinha de um segundo



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No bolso, pelo sim, pelo não




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Só nos envergonham!


Maria Keil do Amaral. Imagem tirada do blog O Cantigueiro

Não é só o sentimento de insegurança ou esta onda de criminalidade que se vai acomodando num sistema frágil, motivos de justificadas apreensões. É também uma atitude de cultura do desprezo, num nível de estupidez elevado que se instalou nos miolos das pessoas. João Abel de Freitas, no Puxa Palavra, dá conta de um caso exemplar de desdém. Fica um sublinhado:
Recentemente a Metro de Lisboa decidiu remodelar, modernizar, ampliar, etc, várias das estações mais antigas e não foram de modas. Avançaram para as paredes e sem dizer água vai, picaram-nas sem se dar ao trabalho de (antes) retirar os painéis de azulejos, ou ao incómodo de dar uma palavra que fosse à autora dos ditos. Mais tarde, depois da obra irremediavelmente destruída, alguém se encarregaria de apresentar umas desculpas esfarrapadas e “compreender” a tristeza da artista.
In blog Puxa Palavra


«Houve um arquitecto que veio aqui [a casa] falar sobre o que fizeram na estação dos Restauradores e me disse: "Pois é... Eu percebo que isto seja um grande desgosto para a senhora". Disse-lhe: "Não é um desgosto para mim. Para vocês é que é uma vergonha. Por isso é que veio falar comigo. Vergonha de picar uma parede sem dizer nada. Vergonha e ignorância". (...) «Infelizmente [a destruição] nem foi contra mim. Foi para ser diferente. Para fazer novo, moderno. Isto é que é grave, eles destroem o azulejo porque não lhe dão valor. É um padrão que se repete, logo é artesanato.» (...) «Mas a crítica que faço muito a sério é que o azulejo é uma coisa importante que os modernistas não apreenderam. Mesmo hoje muitos não conseguiram aderir à simplicidade do azulejo, porque aquilo é difícil demais para eles. Transformam-no em papel de embrulho»
In blog As Causas da Júlia


«Na sua infinita modéstia, nada lhe obedece à vontade. As “coisas”, como o mundo, foram ter com ela, que se limitou a acolhê-las. Pediam-lhe uma ilustração, ela fazia. O marido precisava de resolver as paredes, ela pintava azulejos. Queria exprimir uma ideia, desenhava um móvel. E as “coisas” são a realidade, que persegue ainda na sua longa carreira nas artes gráficas, na ilustração, no azulejo, na pintura. Um olhar que é, como a artista, de simplicidade e elegância desconcertantes. E de uma extraordinária agudeza.
João Paulo Cotrim em entrevista a Maria Keil. (http://www.casadaleitura.org/)
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seta linkÀ conversa com Maria Keil
seta linkEntrevista a Maria Keil por João Paulo Cotrim


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Cansados…?



Sente-se que João Gonçalves tem um prazer enorme em escrever as notas no Portugal dos Pequeninos. Não faz, presumo, para manter a clientela ou para o contador de páginas vistas. Não ajuda a pensar e raramente acrescenta o pensamento. Mas lê-lo dá um grande gozo, todos os dias, sobretudo porque faz eco de tantas coisas que ficam caladas na cabeça e que não as dizemos por não encontrarmos as palavras certas - ou, quem sabe, por excesso de apreensão. Da nota Deitados no chão sublinhei este desabafo:
Existe um "ponto" na nossa vida - aquele imperceptível quando a impotência pode mais do que a vontade - em que é isto mesmo que apetece fazer. Ficar apenas no chão e deixar que tudo nos passe literalmente por cima como, na realidade, acaba sempre por passar.
seta linkPortugal dos Pequeninos


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quinta-feira, agosto 21, 2008

“Provincianos, campónios e citadinos”


Dois sublinhados no livrinho Os Portugueses, de Fernando Pessoa, desta, 60 minutos de esplanada no areal, um livrinho da colecção Literatura Portátil, da Editora Alma Azul:
Quando um doido sabe que está doido, já não está doido. Estamos perto de acordar, disse Novalis, quando sonhamos que sonhamos.
-
Porque só há duas maneiras de se ter razão. Uma é calar-se, que é a que convém aos novos. A outra é contradizer-se, mas só alguém de mais idade a pode cometer.
Tudo o mais é uma grande maçada para quem está presente por acaso. E a sociedade em que nascemos é o lugar onde mais por acaso estamos presentes.
Fernando Pessoa, Os Portugueses, Col. Literatura Portátil, Ed. Alma Azul
seta linkEditora Alma Azul


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sábado, agosto 16, 2008

De papo p’ró sol


Da colecção Literatura Portátil, da Editora Alma Azul, com o Senhor Charles Baudelaire, uma horinha de papo ao sol e povo à volta a trabalhar para o bronze. Uma colecção de livrinhos para ler na praia, que ainda não percebi se também protegem dos raios solares. Fica uma citação:
É preciso trabalhar, e se não for por gosto pelo menos por desepero; até porque, bem vistas as coisas, trabalhar sempre é menos aborrecido do que esforçar-se por estar contente.
Charles Baudelaire, Meditações, Col. Literatura Portátil, Ed. Alma Azul
De outro grande autor, um outro pequeníssimo livro, também portátil.
Antes não compreendia que as minhas perguntas não obtivessem resposta.
Hoje não compreendo porque um dia acreditei ser possível fazer perguntas.
Franz Kafka, Meditações, Col. Literatura Portátil, Ed. Alma Azul
seta linkEditora Alma Azul


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terça-feira, agosto 12, 2008

A nossa necessidade de consolo…


Stig Dagerman nasceu a 5 de Outubro de 1923, a 150 km de Estocolmo. Dagerman tentou várias vezes o suicídio e em 1950 é internado numa clínica psiquiátrica. Suicida-se, porém, em 4 de Novembro de 1954. “ Um acidente de trabalho”, dirão os amigos.
A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer”, este pequeno livro - cerca de 40 minutos de leitura -, editado por Fenda, lê-se com gosto e sobra um pensamento positivo sobre a vida e o seu impenetrável significado. A vida, o tempo e a morte. Leitura recompensadora para o tempo do pequeno almoço folgado - na esplanada.
(...) esta descoberta simples de que ninguém, nenhum poder, nenhum ser humano, tem o direito de secar em mim o desejo de viver. O que é do mar se os rios se recusam?
-
O que é perfeito não desempenha tarefas. O que é perfeito labora em estado de repouso. É absurdo pretender que a função do mar seja exibir armadas e golfinhos
Sublinhados


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domingo, agosto 10, 2008

Astrologia & Negócios


Diz-se por aí que a astróloga Maia é milionária. Diz-se e acredito. Presume-se, portanto, que tenha dinheiro disponível para montar outros negócios e participar em mais uns quantos. Terá conselheiros - ou pelo menos uns amigos que lhe vão dando pistas lucrativas. Desta feita a coisa instalou-se em Manta Rota, provavelmente na modalidade “privé”, no formato de “club”, que se adequa muito bem à sociedade residente algarvia com mais posses e mais influência, assim ao género de associados com chave de ouro na mão para abrir a porta. Um espaço VIP, certamente. VIP e, ao que parece, infractor. VIP e, ao que contam, musculado. VIP e, ao noticiado, reincidente. Às vezes é na escolha dos negócios que as figuras da nossa praça se espalham e mostram a suas preferências - e nível. A ser verdade a notícia do Sol, temos de reconhecer que em Manta Rota está instalado um problema complicado de resolver pela GNR, pela ASAE, pelo Ministério Público. Seria interessante saber o que pensa a Maia deste imbróglio em pleno Agosto balnear.
Aberto desde o início desta época balnear, o espaço Manta Beach Club, propriedade da astróloga Maia, tem sido alvo de várias queixas de residentes e veraneantes da zona, que se queixam do ruído provocado pelo bar, e já foi visitados pelas autoridades policiais, que levantaram coimas.
Excerto de notícia do Semanário Sol
seta link Semanário Sol


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Tskhinvali


At least 2,000 civilians have died in the South Ossetian capital of Tskhinvali as a result of fighting between Russian and Georgian forces (…)


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sexta-feira, agosto 08, 2008

Pele


Gravado no Porto em 2005, o Cd "Pele" foi lançado para aí há uns dois anos. É da autoria de José Peixoto, um mestre da guitarra, e de Maria João.
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José Peixoto - guitarra
Maria João - voz
Yuri Daniel - contrabaixo
Vicky - percussão
Fotografia da capa - Alexander Koch


seta linkSite ONC Produções
seta linkSite Alexander Koch



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quinta-feira, agosto 07, 2008

+ 1 desenho, brevíssimo


Pequeníssimo formato, assim, como num tempo de um trago de café.


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Guerra Colonial


Lendo o blog Puxa Palavra, José Brandão, depois de muitos anos, reaparece no meu dia-a-dia; o que, naturalmente, avivou uma série de associações de pensamento e algumas memórias, boas e más.
Cruzei-me com o José Brandão várias vezes na vida, depois do 25 de Abril de 1974, sobretudo nalguns encontros na UGT, e conversámos de quando em quando sobre Angola, a Unita e Jonas Savimbi, acompanhados pelo nosso então comum amigo João Soares. De certa maneira, a sua actividade como curioso investigador, acompanhei a edição de Sidónio - Contribuição para a história do Presidencialismo, em 1983, e Carbonária, o Exército da Republica, em 1984. José Brandão é, por assim dizer, um estudioso e um autodidacta. Entre muitos artigos publicados no Expresso e no jornal de Palmela, são ainda quatro os título já publicados:
Sidónio / Contribuição para a História do Presidencialismo
1.ª Edição 1983. Editora Perspectivas & Realidades
2.ª Edição 1990. Publicações Alfa
Carbonária. O Exército Secreto da República
1.ª Edição 1984. Editora Perspectivas & Realidades
2.ª Edição 1990. Publicações Alfa
Chicago 1886-Lisboa 1986. 100 Anos Por 1 Dia
Editorial Inquérito, 1987
A Noite Sangrenta
Publicações Alfa, 1991
Colaborou igualmente em biografias de Álvaro Cunhal, D. Carlos I, Machado Santos, Os Livros e a Censura em Portugal , Sidónio Pais, Miguel Bombarda e João Franco, publicadas no site Vidas Lusófonas.
O Brandão, ex-trabalhador da Carris, ex-operacional da ARA, ex-sindicalista, ex-dirigente do Partido Socialista lança agora o seu quinto título, a Cronologia da Guerra Colonial - Angola - Guiné - Moçambique (1961- 1974). É, pois, com imensa satisfação que faço a divulgação do novo livro neste modestíssimo blog.

seta linkBlog Puxa Palavra
seta linkBlog Memórias do Presente
seta linkSite Guerras do Ultramar
seta linkSite Vidas Lusófonas
seta linkOperacionais da Ara



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As Criaturas no CCB


Dedica-se particularmente às crianças e à população jovem. Privilegia a arte como espaço de experimentação e interrogação do mundo contemporâneo.
Promove uma programação internacional que se expande em dois eixos: ESPECTÁCULOS de teatro, dança, música, circo e multidisciplinares para ver, sentir e aprender a fruir o ritual do espectáculo e OFICINAS que apresentam um diversificado catálogo de propostas de escrita, ópera, dança, cinema, pintura, representação, etc. que proporcionam experiências nos domínios do fazer, construir, realizar, interpretar, compor, improvisar, analisar. Ocasionalmente programam-se exposições de formato pequeno.
Retirado Site do CCB
seta linkSite CCB > As Criaturas


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Sinais de cena na Casa de Garrett


Edição de Dezembro de 2005. Tem um significado muito especial para mim. Pedi-a emprestada e não a devolvi. Está associada a um acontecimento muito positivo, no fio do tempo da crise que vivemos vai para sete anos. Encerra também outro tempo estupidamente desumano, daquelas coisas espantosamente cruéis, de gente a fazer pela vidinha, dissimulados, que nos agridem até ao fundo dos miolos. Tem a ver com teatro, com o Teatro, com as vagas ligações ao teatro.
Enfim... esqueçamos. Há mais marés...
Creio que já saiu o número 9 da Revista da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro , em colaboração com o Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa.

Direcção: Maria Helena Serôdio
Conselho Redactorial: Fernando Matos Oliveira, Mónica Guerreiro, Paulo Eduardo Carvalho, Rui Cintra, Rui Pina Coelho e Sebastiana Fadda
Conselho Consultivo: Carlos Porto, Christine Zurbach, Georges Banu, Ian Herbert, José Oliveira Barata, Juan António Hormigón, Luiz Francisco Rebello,
Maria João Brilhante, Michel Vaïs, Nikolai Pesochinsky

seta linkEditora Campo das Letras


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Visitar Ricardo Paula


Ricardo Paula. Tão tarde. Óleo/tela. Colecção particular

Uma visita à exposição retrospectiva de Ricardo Paula, 25 anos de Pintura, na Cordoaria Nacional, patente ao público até 21 de Setembro, permite constatar a consistência dum percurso e dum estilo de um “artista que teima em pintar, para além de todos os questionamentos“. Volto, assim, a recomendar. A entrada é livre, sendo que fiquei a saber que este espaço não pertence à Egeac, mas sim ao Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa. Avisa-se que não há catálogo, infelizmente.

Nota de rodapé:
o espaço público continua, por incrível, vai para alguns anos, a não ter wc; valha-nos visitantes a sebe mais próxima no exterior



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É o nosso Magalhães, não é?

A informação foi sacada no blog Câmara dos Comuns, que por sua vez a apanhou no 31 da Armada. O boneco, tipo montagem, é deste vosso humilde criado. Isto para dizer que José Pacheco Pereira é capaz de ter razão: “o que importa é o que está lá dentro“, já que o Classmate PC está à venda na Amazon, para quem pretenda oferecer aos clientes no Natal um brinde diferente. Notar que o preço na Amazon é sem impressão do logótipo na capa.
Francamente, até considero a iniciativa louvável e muito construtiva. Aliás, estou em crer que o objectivo é agregar um portátil a cada novo processo de pedido de abono de família, ou seja, um bébe = um classmate. Nunca se sabe, com tanta experiência por aí, que nos escapa.


O desenvolvimento do Classmate PC faz parte de um dos pilares de acessibilidade da iniciativa World Ahead, lançada pela Intel em Maio deste ano. O programa prevê o investimento de US$1 bilhão, nos próximos cinco anos, em iniciativas para acelerar o acesso à tecnologia e a educação nas comunidades em desenvolvimento de todo o mundo, com foco em quatro áreas:
Acessibilidade: criar oportunidades para a ampla adopção e uso de PCs e acesso a conteúdo, incluindo o desenvolvimento de PCs baratos com todas as funções e feitos sob medida para atender as necessidades específicas de cada região.
Conectividade: expandir o acesso sem fio à Internet por banda larga e encorajar o desenvolvimento, além de promover testes e desenvolvimento da tecnologia WiMAX.
Educação: preparar estudantes para o sucesso na economia global por meio de programas de educação e recursos, incluindo desenvolvimento profissional para professores em todo o mundo.
Conteúdo: criar conteúdo local relevante, aplicações, serviços para novos usuários e novos modelos de uso em novos mercados.
World Ahead Program
seta linkBlog Câmara dos Comuns
seta linkBlog 31 da Armada
seta linkClassmate PC > Amazon
seta linkWorld Ahead Program


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Simplificar a vida com Zen


Neste tempo de crise sem fim à vista, com o barril de crude a posicionar-se como paradigma estável da instável conjuntura global, subindo numa semana, descendo na outra (para regozijo dos accionistas da Galp e quadros com direito a prémios), podemos afirmar que se foi a estabilidade, a segurança, a perspectiva conservadora das nossas vidas.
Numa tirada genial, o nosso PM em tempos lembrou-nos, quais patetas atordoados, que “o mundo mudou”, reforçando o +obvio com um feroz “acordem!”, como se andássemos todos a dormir - enfim… alguns...
Vem isto a propósito para lembrar que é urgente deixar de reagir às mudanças que paulatinamente se estão a processar no mundo, na sociedade e na família. É, portanto, imperioso simplificar a vida, em muitas situações fazer precisamente o oposto, de maneira a sustentar os momentos de felicidade e consolidar padrões novos de relacionamento e de bem-estar.
Tanto palavreado para sugerir uma visita ao Estado Zen que, tal como os livros e os cursos da Alexandra Solnado, também este espaço na net pode ajudar a tranquilizar a vidinha.

seta linkSite Estado Zen
seta linkSite da Alexandra Solnado


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terça-feira, agosto 05, 2008

A idade do adeus

Trago-te aqui
nas mãos em concha
a memória da água
que te dei a beber
que bebi

Se os meus passos avançam
no átrio de calcário branco
em direcção a ti, enquanto
nas folhas das laranjeiras cardeais
corre a brisa do primeiro dia de verão,
é porque convoco as partículas de vazio
que te agregam com a certeza
de quem já habitou
o parque claro da tua alma

Toma, então, este segredo de pétalas
redondas, vermelhas, a cair do céu
com o vagar de quem não sabe
que a morte se põe a caminho
na aurora do nosso primeiro grito

Eugénia de Vasconcellos


seta linkBlog Samarcanda


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domingo, agosto 03, 2008

Causas


Click na imagem para ver o poster inteiro


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Theater of shadows


Lourdes Castro Teatro de sombras, as cinco estações
(Theater of shadows, five seasons) 1976



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Receitas > Lobster



No excelente blog “A slice of cherry pie”, uma sequência ilustrada de como cozinhar lagosta, uma refeição muito adequada ao tempo de crise que, conforme o ambiente envolvente, preocupa menos os portugueses do que nos é pintado. As estações de serviço continuam cheias, os centros comerciais, incluindo lojas, continuam com imensa gente, os supermercados a abarrotar, o pessoal com ar de miserável continua a acelerar em carros a cair de podre, os restaurantes com as mesas ocupadas; isto é o que vejo com os meus próprios olhos, mas se calhar é ilusão de óptica. Seja ou não, aqui fica a imagem da lobster sacrificada e o respectivo link ao wonderful british blog and the beautiful Julia Parsons.

seta linkA Slice of Cherry pie > Lobster


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Simone de Beauvoir


Simone de Beauvoir, “O existencialismo e a sabedoria das nações2
Ed. Esfera do Caos

O homem procura sempre o seu próprio interesse”, “A natureza humana nunca mudará”, “Longe da vista, longe do coração”, “Ninguém dá nada a ninguém”, “Enquanto se é novo, é tudo muito bonito”, “Não andamos cá para nos divertirmos”…
Estes lugares comuns, estes dados adquiridos que constituem a sabedoria das nações, exprimem uma visão do mundo incoerente, cínica e omnipresente, que é preciso pôr em causa.
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"Todo o bom raciocínio ofende" - diz profundamente Stendhal. Perante uma opinião alicerçada, uma verdade definitiva, as pessoas têm medo. Aquele é vaidoso, egoísta, antipático, invejoso; enunciar-nos-ão com prazer todos os seus defeitos; mas se concluirmos: "É boa pessoa", o nosso interlocutor protesta "Não foi isso que eu disse"; e acrescentará, talvez: "Apesar de tudo, no fundo é boa pessoa".
Excertos
seta linkEditora Esfera do Caos


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