A idade do adeus
Trago-te aquinas mãos em concha
a memória da água
que te dei a beber
que bebi
Se os meus passos avançam
no átrio de calcário branco
em direcção a ti, enquanto
nas folhas das laranjeiras cardeais
corre a brisa do primeiro dia de verão,
é porque convoco as partículas de vazio
que te agregam com a certeza
de quem já habitou
o parque claro da tua alma
Toma, então, este segredo de pétalas
redondas, vermelhas, a cair do céu
com o vagar de quem não sabe
que a morte se põe a caminho
na aurora do nosso primeiro grito
Eugénia de Vasconcellos
Blog Samarcanda
Etiquetas: Poesia e Artes
5 Comments:
Lindíssimo este poema de Eugénia de Vasconcellos. Obrigado por no-lo dar a conhecer.
caramba...obrigada :)
Obrigada, eu.
que belo! :)*** e tu?
Bem escolhido, sim senhor.
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