Semanada >   H. Jackson Brown, Jr.
When you lose, don't lose the lesson

quarta-feira, novembro 29, 2006

Compreende a coisa assim…


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Desenho de colecção particular. Rui Perdigão.
cx_perdigao
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amigo Luís: instabilidade estável… ou constante na inconstância, mantendo intacto o essencial. Um blogue é uma roda viva, não faz parte do meu essencial. É acessório. Dou-lhe a morte que entender - sofrida e a sangue frio ou com anestesia local, simplesmente, sem hesitações, aniquilo, como quem usa um bom detergente ou uma borracha. Também posso estar virado para amarrotar os posts e depois rasgá-los em minúsculos pedaços, deitando-os para o lixo, um delete na perfeição. Sem arrependimento. Acredita que até já me apeteceu engendrar um bloc-note sem arquivo, apenas com a nota do dia, sem possibilidade de recuar no tempo para bisbilhotar.
É, pois, instabilidade estável ou constante na inconstância, sendo que a atitude, nota bem, não é políticamente mimética - aliás, a política tornou-se tão previsível, que vale o exercício diário do nosso desinteresse, pela incapacidade em dar outra rota à estupidez que contamina decisões inteligentes. Há, decerto, um esgotamento, estar saturado de tanto “número“, como quem assiste a uma peça grotesca, adivinhando-lhe o desfecho, e não resiste à vontade de escapar no intervalo, esgueirar-se, sem alarido, para apanhar ar fresco no relvado ali, na esquina, ou ir espevitar as narinas com o cheiro a maresia, ou vaguear pelas lombadas nas estantes de uma boa livraria, ou espreitar, sem programa, umas quantas exposições. Ou andar por aí, na blogosfera e na net… Enfim, tranquilo.
É. É assim, Luís, a livre vontade de extinguir. Não como alguns fazem, por cagaço quanto à reacção dos chefes. Mas por me fartar. Por ter decidido. Por gozo. Por ter passado o tempo. Para reproduzir, de modo canhestro, este círculo da Vida das Coisas - quem sabe… para penar.
Obrigado por teres picado o “boneco” e o usares no Tugir. Quanto ao desenhinho na parede, certamente que o terás.
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Saúde, pão e circo!
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Sleep well!

Sleep...
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Isso mesmo, "sleep well". A dormir é que nos entendemos... Como diria um outro, um outro qualquer: "facilita o despedir, facilita o empregar e, já agora, facilita o despedir".
Durmam, claro.
- As queixas são no guichet ali ao fundo, à direita, em frente ao guichet em obras, à esquerda de quem vai sair do corredor.
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Repito-me?


Clique na imagem. Piquem-na, que eu não me importo.
Outro desenho s/título, do mesmo autor, eu, o Rui Perdigão, o usufrutuário deste Blog.
cx_perdigao
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Depois de um ano parado, a gerir debilidades e algumas sacanices profissionais e políticas, traumatizado pela constatação que, de facto, de pequeninos lá vão eles torcendo os pepinos (e os intestinos), quando a miséria intelectual os leva à falta de escrúpulo na zona obscura da mais remota sobrevivência e subserviência, não sei bem como definir o estímulo, pois apetece-me, como dizer… recuperar um tempo ou dar um pulo - não direi, golpe de asa, porque seria despropositado -, voltar a pegar num lápis, uma ferramenta elementar, que nunca devemos abandonar nem desleixar, trazendo-a no bolso ou na orelha, não vá soltar-se a necessidade de desenhar ou de fazer contas em papel pardo, e deixar suceder na folha branca, nesse asseado vazio, que é desafio, tanto para lançar a linha ou a escrita, o nada que deve ser preenchido com raiva ou com a leveza de um modesto parágrafo ou, num simples traço, assinalar o ímpeto da mão em conexão directa com a vontade, longe do conceito da vidinha do Design, o qual implica, no essencial, utilidade materializada, arredado das “inutilidades” acumuladas em folhas brancas profanadas por emaranhados de riscos desenhados que, eventualmente, na sua autenticidade, podem ter significação para quem os fez e para quem o os olha.
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Um desenho...


Clique na imagem. Mas clique mesmo, sff. Piquem-na, que eu não me importo. A sério...!
S/título (por enquanto). Rui Perdigão.
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... é... um desenho servido ainda quente. Prós amigos. Com toda a presunção que consigo envergar. Prós amigos, claro! Prós visitantes também, claro está!
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Stresses…

… ou corridas sem sentido e sem pensar, género perdidos, mas a fazer um tempo recorde (e mal ao próximo), para chegar primeiro aos dias sem reforma, sem saúde, sem saída, sem espanto...
A Organização Mundial de Saúde não faz a coisa por menos: nos 20 anos que se aprontam, os países ocidentais vão sofrer uma pandemia depressiva. O aviso é validado com a escolha da Depressão para temática central do II Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, reunido no Porto e que conta com 450 participantes.
«Segundo a organização do congresso, a depressão é já «a primeira causa de incapacidade, na carga global de doenças, nos países desenvolvidos», devendo dentro de 15 anos, a manter-se a progressão actual, subir do quarto para o segundo lugar na lista de doenças que causam mais prejuízos económicos.»
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terça-feira, novembro 28, 2006

Plataforma digital…

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sobre arte contemporânea de/em Portugal entre 1993 e 2003
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«Anamnese é um projecto que visa a criação de uma plataforma de informação sobre as artes plásticas em Portugal e sobre a actividade dos artistas portugueses no contexto internacional na segunda metade do séc. XX, a partir de uma cronologia de eventos no período compreendido entre 1993 e 2003.
O objectivo fundamental do projecto é suprir a inexistência no nosso país de uma ferramenta de trabalho dirigida aos estudiosos e ao público em geral que conglomere a informação visual e escrita produzida pelos inúmeros indivíduos e instituições que activamente desenharam o perfil de um contexto em franco desenvolvimento. De facto, com a densificação do quadro institucional dedicado à divulgação da arte contemporânea nos últimos anos, Portugal tem vindo a marcar uma posição que aponta para uma profissionalização crescente do sector, acompanhada por um impulso quantitativo e qualitativo positivo da própria criação artística que urge documentar.
Anamnese vai desempenhar o papel de um mega-arquivo da actividade das instituições e dos artistas portugueses, onde o público poderá encontrar um acervo de informação cronologicamente ordenado. A mais-valia fundamental do projecto advém do facto de essa informação se encontrar dispersa, numa condição de difícil acesso e, em muitos casos, carecer de divulgação. Anamnese vai editar essa massa de informação enquadrando cada acontecimento com perspectivas múltiplas e diferenciadas.»

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PDF > http://www.anamnese.pt/anamnese-10-27.pdf
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Montagens...


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Fotomontagem de Dimitri Daniloff
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Leia-se...


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... leia-se! Apenas isso!
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Sem palavras...


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... espreite-se! Apenas espreitar... sem fazer barulho.
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E agora sim…


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Shaar Aliyah, 1950. Campo de refugiados judeus Rosh Hay’n, Haifa.
Foto de Robert Capa
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Sleep well!
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Eu sei…

… que já postei o packshot “sleep well!”, fechando o dia de blogger com a imagem (lamecha?) da criança que sofre… que chora… enfim.
Mas como hoje estou a fazer serão, resolvi voltear por aí.
Encontrei duas coisas bem escritas sobre M-----C.
Uma no Instante Fatal, do Luiz Carvalho, e outra, no site pessoal do JS que, por não permitir a produção de links (repito-me…?), obriga a reproduzir os textos e a mencionar a fonte, que é esta: http://www.joaosoares.net/main.asp.
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Radiograma
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Alegre triste meigo feroz bêbedo
lúcido
no meio do mar
Claro obscuro novo velhíssimo obsceno puro
no meio do mar
Nado-morto às quatro morto a nada às cinco
encontrado perdido
no meio do mar
no meio do mar
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Mário Cesariny
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segunda-feira, novembro 27, 2006

Sleep well!


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L'invitation au voyage...

... and poems
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Les plus rares fleurs
Mêlant leurs odeurs
Aux vagues senteurs de l'ambre,
Les riches plafonds,
Les miroirs profonds,
La splendeur orientale,
Tout y parlerait
À l'âme en secret
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Essa de “mais uma…


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Escultura de Lido Rico
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… ou duas pessoas”, era eu e o espírito do Pessoa, pois claro!

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Receita…

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Marino Marini. The Angel of city (New York) > Akt, Nude Alexei Jawlensky
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… para uma caldeirada: Pissarro, Degas, Picasso, Braque, Utrillo, Miró, Kandinsky, Jawlensky, Marini, Fontana, César, Christo, Chirico, CoBrA, Dubuffet, Hartung, Tàpies, Lam, Masson, Tanguy, Savinio, Warhol, Barceló, Kiefer.

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Transversalidades…


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Carlo Maria Mariani. The Grand Creative Process. 1997
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… e empréstimos bancários. A ministra é que tem razão: se a Cultura é transversal, o melhor será preparar a extinção do ministério.
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Acima…

…de qualquer suspeita, porque hoje estou de boa-vontade. Aqui fica um link para informação de grande utilidade, sobretudo para quem, já tendo feito o filme, está a pensar ir apanhar sol, de papo para o ar, longe daqui, conquanto seja território do triângulo Mercosul.
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Sleep well!



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Horas…


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E horas…
Esquisito!
Foi, um dia, na Casa de Fernando Pessoa, que assisti pela primeira vez (e única) ao João a bailar e a cantarolar, desafinado, ao ritmo da música que MC tocava num piano também desafinado.
Em PDP, uma nota a ler: (…)«Apesar de não ser católico, o Zé Manel deve saber tão bem como eu que há tantos caminhos para Deus quanto há homens.» (…). Ou esta outra, com “elsinore” anexa: «(…) Estar para aqui a debitar palavras bonitas na morte de Cesariny daria direito a que ele me mandasse tranquilamente para o caralho (…)»

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Leiam…

Apenas isso. Leia-se. Aqui, uma nota de f. : (…) “todas as ruas estão vazias“.
Não há nada para perceber.”
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Mulheres…



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Pablo Picasso et Françoise Gilot, 1948 . Robert Capa
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domingo, novembro 26, 2006

Sleep well!

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Mora e Deuses



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Ao Claro
… para completar o post sobre o “Regresso dos Deuses”, de António Mora (heterónimo de FP), deixo estes dois links - este e este -, que te podem dirigir, Zé, para as Escritas Mutantes. O resto da descoberta será contigo. Dia trinta comemora-se inauguração da Casa Fernando Pessoa, da morte do Poeta e alguém fará anos.
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Afixo também uma foto da Ophelinha Queiroz,
que não deve ser esquecida
no contexto do mundo profano do Poeta.
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Placa giratória

No Atlântico…
Não sei se será uma recomendação.
Seja ou não, aqui fica a capa da revista Atlântico que, anunciam, deverá estar nas bancas lá para quinta-feira.
Leia-se, SFF, a nota sobre o fim do PSD cavaquista, uma tese curiosa e que pode ser lida aqui, nesta nota.

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Deus, novamente!

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No início foi Acidental. Depois, Deus passou-se para o Atlântico. Agora, noutra nave (arca?), pode ser encontrado num trinta e um que promete, já plantado na minha short list, nos links do side bar, no 31 da Armada, o qual tive conhecimento via visitas ao Conquilhas*.
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*Nota de rodapé
“…aquilo é uma cangalhada”. Aliás, situação que o próprio admite. Mas são as afeições à Vida das Coisas (inovadoras) que dão algum sentido aos hábitos e aos paradoxos da existência e das relações humanas.
O site inicial foi pioneiro. Hoje, a geringonça, por assim dizer, é pós-qualquer-coisa e conservadora. Nem permite fazer links. Impedimento técnico que nos obriga a reproduzir os textos, como o que se segue, por exemplo, sobre Markus Wolf
… do qual fala (escreve) quem sabe: «Foi a enterrar o ex chefe da policia politica da ex Republica Democratica Alemã, Markus Wolf. No funeral em Berlim estiveram muitas personalidades da Alemanha dividida do passado e o embaixador da Russia. Markus Wolf foi uma personagem maior do seculo XX na Alemanha. Enquanto chefe da STASi foi ele o responsavel pela colocação no gabinete do Chanceler Willy Brandt de uma toupeira da Alemanha de Leste. Comunista, filho de judeus comunistas, nos anos trinta fugiu da Alemanha nazi e refugiou-se na então URSS. Nos anos oitenta apoiou a perestroika de Gorbatchov. Esteve preso, um curto periodo, depois da reunificação. Ao que parece era um homem culto, de gosto, um melomano. Deixou obra escrita que me dizem interessante, ainda não li. Conheço portugueses que o conheceram, na então Berlim Leste. Não se conhecem os nomes de portugueses que tenham trabalhado para ele, ou sob as suas ordens. Era interessante que se conhecessem.»

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sábado, novembro 25, 2006

El Espirito del Valle

Em Santiago de Chile
“El espíritu del Valle… nunca muere. Es llamado la mujer mística. La puerta de la mujer mística. Es la raíz del cielo y la tierra. Continuamente, continuamente. Parece quedar. Extráele. Y te servirá fielmente.”
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Visión
Y después de ir
con los ojos cerrados
por la oscuridad que nos lleva
abrir los ojos y ver
la oscuridad que nos lleva
con los ojos abiertos
y cerrar los ojos.
(…)
Gonzalo Millán
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De La Ciudad
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Amanece.
Se abre el poema.
Las aves abren las alas.
Las aves abren el pico.
Cantan los gallos.
Se abren las flores.
Se abren los ojos.
Los oídos se abren.
La ciudad despierta.
La ciudad se levanta.
Se abren llaves.
El agua corre.
Se abren navajas tijeras.
Corren pestillos cortinas.
Se abren puertas cartas.
Se abren diarios.
La herida se abre.
(…)
Gonzalo Millán
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Sleep well!


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Cafés…

Foto de Luiz de Carvalho. Índia.
Nova Deli. 1992
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«De Nova Deli a Nova Iorque
Numa esquina de Nova Deli, uma mãe estende um olhar dilacerante para o fotógrafo. O filho, que transporta ao colo, nunca se lembrará deste dia, desta esquina, deste instante. Talvez nunca veja esta fotografia que correu mundo entre a luz que a LEICA congelou na prata e a nova velocidade que a net permite. Era uma imagem esquecida no meu arquivo, misturada com uma visita oficial do então Presidente Soares à Indía. Ressuscitou para este ensaio sobre cenas reais de uma vida muitas vezes imaginária, por distante e ausente das experiências de muitos de nós.Nunca saberei o nome daquela criança, do que será o seu futuro, a sua sina.»
Recorte do texto de Luiz de Carvalho, que acompanha a foto.
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Do blog de Luiz de Carvalho, Instante Fatal, que recomendo, recortei este pedaço de uma nota com o título "Eanes e Nabeiro já são doutores“: «Rui Nabeiro é um homem notável: criou empregos, gerou riqueza, a sua Delta Cafés estendeu-se para Espanha e para mais estrangeiro. Soarista do coração este filho de Campo Maior é tido como um Deus na sua terra. Não é caso para menos pois muitas famílias dependem da sua empresa que nunca esquece regalias sociais. No acto da posse como doutor não se esqueceu de criticar as multinacionais que só pensam no lucro fácil.»

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Foto de Luiz de Carvalho. Rebanho na Av. da Igreja
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Amigos, amigos, negócios à parte

Ou, “a encomenda é igual ao cabaz”, ou “a vaidade é o espelho dos tolos”, ou “até ao lavar dos cestos é vindima”.
Não sei a que propósito anotei estes provérbios. Vou tentar recordar-me.

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Don't Lose Your Head



Picado em http://www.b3ta.hnldesign.nl/

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Ruben, bué da fixe!

«Por causa daquele baril que no outro dia dizia na televisão que o fora de jogo "era consoante o árbito", até copiei a cena das consoantes que vem no paper: passou a haver consoantes surdas e sonoras mas, aguenta-te aí, que depois tens consoante oclusiva, fricativa, nasal, oral, lateral, vibrante e africada. Esta do africada julgo que é por causa dos blacks, e a minha miúda, que costuma ler os jornais, ficou lixada, diz que lhe parece é uma cena um bocado racista!»

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sexta-feira, novembro 24, 2006

Quartier Latin 2

Um post para os certificadores...
... pseudo-oficiais da Esquerda, que saltitam por aí, com os bolsos cheios de carimbos e cartas de recomendação.
Acompanho o 4R na homenagem a António Gedeão e acrescento, um poeta menos “culto”, mas nem por isso menos notado, o António Aleixo, cauteleiro, pastor, cantor de versos e fazedor de rimas, nascido na pombalina Vila Real de Sto. António: P'ra mentira ser segura / e atingir profundidade, / tem que trazer à mistura / qualquer coisa de verdade.
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Calçada de Carriche
Poesias Completas (1956-1967)
Musicado por José Nisa e interpretado por Carlos Mendes
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Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu a sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada,
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce o passeio,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
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Sleep well!

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Studies


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Three Studies for a Crucifixion. Francis Bacon
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Mirror


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Femme aux tresses. Paul Toupet
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quinta-feira, novembro 23, 2006

Bora apostar…


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“Eu équexou o pregidente da Achuchiaxão!”…

afirmaria o cómico Herman José num dos sketch’s do Tal Canal. “Eu équexou o pregidente…”, foi precisamente o que me veio à cabeça quando o Prof. Cavaco resolveu certificar o estado actual da Coisa, não deixando em mãos alheias os louros que lhe devem ser atribuídos - “por quem me tomais, senhores… Que ninguém me acuse de bloqueios” - não fosse seu apoiante o General Ramalho Eanes.
Com os recados emitidos nos 60 minutos, certamente que o senhor engenheiro Sócrates terá percebido que a Vida da Coisa não lhe será facilitada, pelo que lhe foi permitido divagar, dentro de determinados limites de tolerância presidencial, mas deve ser bem comportado e não deixar de escolher as palavras certas para animar este governo “reformista”, o qual deve ouvir, calar e não ser mal agradecido. Não sei se entenderam que a corda ficou bamba, e o Excelentíssimo Senhor Presidente da República, estando hoje satisfeito com o rumo da Coisa, pode, lá nos seus critérios de avaliação, mudar de opinião e começar a apitar - quem, melhor do que ele, saberá o que emendar, o que está fora de jogo, quando levantar a bandeirola?
Sócrates repisou, para acalmar uns e instigar outros, que não está a governar para eleições. Caiu bem. Mas era escusado. O Presidente apanhou-lhe o mote e veio à praça dizer que não permitirá devaneios eleitorais e ideias escondidas de festarola nos próximos tempos. Talvez por isso, apesar de tanto burburinho, Cavaco Silva esteja a respeitar a vontade de quem nele votou. Aliás, aqueles que agora dizem que estamos no bom caminho, não serão os mesmos que ontem nos desviaram do bom caminho? Se assim é, então o Professor sabe melhor do que ninguém quais foram os momentos e os sítios em que houve desvios - sobretudo conhecerá o que tem de negativo governar para os votos. Saberá ele de como fazer positivo e saberá António Guterres do efeito contrário, que é o senhor que se segue. E Sócrates, já que o quis, agora aguente-se, até que o Professor entenda que é altura de alternar. Daqui até lá, o PSD que se contenha. E quanto a Santana Lopes, ou o mandam para as Bermudas ou então vão aturá-lo, sendo que já prepara um novo livro com o título “Sendo mais explícito - Realidades e Coisas Concretas“, um aditamento às percepções.
Ou muito me engano ou o Pai Natal trará no saco uma remodelação.
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Sleep well!


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The Red Fisherman…

que veio da “Rive Gauche” profunda, com desvarios intelectuais perfumados de Quartier Latin, paladares apurados para chocos com tinta e embrulhado em fantasias nebulosas de Vida da(s) Coisa(s) em co-incineração.
Pois!
Percebi-te...

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Revolução. Sempre!

Cicatriz. 400 x 10 cm.
Foto: Kristine Thiemann
Sem palavras suficientes para acompanhar as dinâmicas das posturas na Esquerda. Sem palavras suficientes para acompanhar as dinâmicas das posturas na Direita.
Enfim, para quando as palavras suficientes?

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quarta-feira, novembro 22, 2006

Perceptions... as outras



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Joan Mitchell. Untitled. 1956
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«Her perceptions enrich her work with a fascinating sense of the unfinished. Joan Mitchell demonstrated in painting just as in life-anything can happen.»

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About… (2)


Works by John Currin at Gagosian Gallery, 2006
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About...



… outras influências…
… de Robert Motherwell - “biomorphic shapes float freely on an indefinite background“.
William Baziotes. The Room. 1945. Gouache on board, 45.6 x 61 cm.
Peggy Guggenheim Collection. (The Peggy Guggenheim Collection is the most important museum in Italy for European and American art of the first half of the 20th century. It is located in Peggy Guggenheim's former home, Palazzo Venier dei Leoni, on the Grand Canal in Venice.)

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Cabecinhas pensadoras…

«The "act" of painting becomes the "content" of the painting. Through gestural movements the artist is attempting to unleash their raw emotions, not paint pretty pictures.»

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E pur si muove

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