Semanada >   H. Jackson Brown, Jr.
When you lose, don't lose the lesson

sexta-feira, agosto 28, 2009

A cereja e o bolo?


Multiplica-se por aí a ideia de que a única forma de governar o País é fazê-lo com um governo de bloco central. Quem o promove, não sei se pretende que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista angariem mais votos, ou se deseja colocar o CDS em condições de viabilizar um governo que governe, seja com o PS ou com o PSD. Também pode ter em mente aumentar bastante a abstenção. Para dar forma ao cenário, sustenta-se apenas um resultado, um valor tangencial entre o PS e o PSD, o que não dá margem de decisão aos eleitores dos dois partidos, colocando a escolha na mudança de primeiro-ministro, apenas.
Um governo de bloco central será, na realidade, dar razão a Ferreira Leite quando, por graça, sugeriu suspender a Democracia. Porém, com a ideia que já faz eco, o embargo não seria de seis meses, mas durante quatro anos – o que, vendo bem as coisas, até teria o seu lado positivo, forçando os portugueses enquadrados no espaço do bloco central a perceberem o que é isso do voto inútil e de como se consegue mascarar a Democracia com qualquer coisa próxima de uma ditadura suave.
A ideia torna-se ainda mais interessante (ou perversa) quando o jogo assenta nesta conjectura de Martim Avillez, que sublinhei:

As próximas semanas serão de clarificação, e os debates também: mas fica evidente o essencial – um governo de bloco central, no campo das grandes ideias políticas, é absolutamente possível. E disso falava Deus Pinheiro. Sócrates e Ferreira Leite já deixaram claro que nunca governarão juntos. O que permite uma conclusão (se é que conclusões são possíveis): o primeiro-ministro será, dos dois, aquele que mais votos receber. O outro demite-se. E o governo, impulsionado por Cavaco, será PS e PSD.
Jornal i, Martim Avillez Figueiredo, em 28 de Agosto de 2009
+ Editorial > Bloco central


Etiquetas:

sábado, maio 09, 2009

Votar para quê?

Não é preciso insistir mais que o nosso estado é trágico, considerando as repetidas declarações de gente respeitável. Mesmo com uma maioria absoluta do PS, a situação vai continuar aterradora e insuportável, não só por causa de uma ruptura social e da violência que daí pode resultar, mas também por ser uma incógnita o destino do país e de cada indivíduo, sem margem para se moverem. A esta distância tudo indica que o PS não vai conseguir a maioria absoluta, a não ser que seja providenciada, por razões patrióticas, uma dança de urnas significativa. Contudo, se já está decidido que a solução mais viável, enquanto esquema de “salvação nacional”, é um governo de bloco central, seja por vontade própria dos partidos ou por iniciativa presidencial, é legítimo perguntar para que é que vamos votar no PS ou no PSD? Não será também válido ponderar uma base mais alargada, de “salvação nacional”, à Esquerda, caso, naturalmente, o Partido Comunista esteja virado para aí e perder a capitalização reivindicativa que lhe dá sentido?
Pessoalmente acho que Sócrates, refreando alguns membros da direcção actual, consegue arranjar espaço mental para fazer uma parceria com Manuela Ferreira Leite. No fundo, se foram eles - os dois partidos - que arranjaram este 31, sejam pois eles que o resolvam. Só lhes ficava bem dar esse contributo cívico desinteressado para o futuro dos portugueses.


Etiquetas: ,

segunda-feira, maio 04, 2009

Será outra epidemia?

"Quanto mais alto me reporto, mais eminentemente me certifico"

O Exmo. Sr. Dr. Jorge Sampaio, segundo a tsf/sapo, defende o Bloco Central como solução pós eleitoral. Adita, porém, que é o Bloco dos bons e não o "maléfico", pois claro, "o dos interesses". Os bons e os maus da fita... um filme novo.
Quer isto dizer (presume-se), que a Exma. Sra. Dra. Ferreira Leite teve razão, talvez com uma pitada de graça, quando afirmou que haveria toda a conveniência em suspender a Democracia durante seis meses. Na versão upgrade do Dr. Sampaio, será inibi-la durante um mandato inteiro. É giro, não é... o que as pessoas dizem quando vão para idade.
Já que estamos no caminho das ditaduras democráticas, que tal o Exmo. Sr. Dr. António Costa fazer uma aliança com o Exmo. Sr. Dr. Santana Lopes. Quem sabe se nesse filme também se conseguiria destrinçar os bons dos maus…

botlink TSF/Sapo


Etiquetas: , ,



footer-letra