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When you lose, don't lose the lesson

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Competências…

… e lealdades? «(…) um homem egocêntrico, que se gosta de ouvir mas que gosta pouco de ouvir os outros; um homem calculista, estratego sofisticado, que utiliza armas perigosas para se evidenciar e silenciar a oposição; um político autoritário, que não admite contestação, ardiloso na relação com a imprensa. Mas este seria um perfil demasiado simplista. Mesmo alguns dos seus detractores admitem que o seu pulso firme, a sua intransigência, o modo aguerrido e arrogante como defende as suas posições - os seus defeitos - decorrem também de uma obsessão executiva, em benefício do país. Os seus indefectíveis, por sua vez, vão ainda mais longe: nessa sua cruzada, José Sócrates soma ganhos políticos, mas queima a sua imagem pessoal, como cidadão.
(…) "Ele gere mal as suas emoções. É pouco tolerante. Mas votei nele para primeiro-ministro e já tinha votado nele há uns anos atrás, por causa da ideia que ele deixa sentir de que tem um desígnio. Ele realmente acredita que pode transformar o país", diz. (…) "Quando assume uma ideia, por muito que se procure mostrar que ela está errada, ele já não quer ouvir mais nada sobre o assunto. Mas nota-se que tem uma necessidade de levar as coisas para a frente."
"Tem meia dúzia de objectivos e não se desvia um milímetro. Ele quer deixar uma marca", sintetiza, por sua vez, um assessor de imprensa do Governo.
No ar fica, em último caso, a questão de se saber o que move o primeiro-ministro: se a vaidade pessoal, se o brio, se simplesmente a vontade abnegada de mudar Portugal. A resposta está só na cabeça dele.»
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«Tem meia dúzia de objectivos e não se desvia um milímetro. Ele quer deixar uma marca». Onde é que já ouvi isto?
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Li o perfil de Sócrates na revista P2, disponível na net. Li e fiquei aterrado. Das duas vezes que lhe apertei a mão e dos cinco minutos que conversámos a sós, fiquei intrigado sobre a sua personalidade. A ser acertado o que foi escrito, tudo é possível com pessoas com este “perfil“. Sobra-me do artigo na P2 que é um homem capaz de tudo para prosseguir com seu “desígnio”. Porém, que “gere mal as emoções”. Acresce que tem um amigo de nome Armando Vara. Que não aceita contraditórios e não dá o braço a torcer, mesmo quando a evidência lhe mostra que está errado. E sobram-me outras quantas apreensões sobre o homem em quem votámos. É muito provável que este perfil intimidativo seja o que o povo precisa. O poder que ele tem actualmente leva-me a não dizer muito mais. Tanto mais quanto depois de ler este “perfil” e recapitular as críticas que fui fazendo, é muito provável que já tenha uma cruz em cima. Valha-me o facto de ser invisível e formiguinha.
Vou repensar este blog. Se calhar muda de lógica e de cor mais depressa do que o Luís pensa. Ou, quem sabe, até encerra. É que o “mundo está perigoso” e as lealdades, por vezes, ultrapassam as competências, para mostrarem mais competência do que o "chefe".

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