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segunda-feira, junho 04, 2007

Bicicletas, turismo e rigor, claro

No site da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta não vem mencionado o apoio a António Costa. Portanto, presumo, que a menção da Federação terá sido imprópria, crendo, como é obvio, que o convite tenha sido um gesto simpático por parte de apenas alguns membros, os quais, para sermos rigorosos, deviam justamente ter os seus nomes mencionados nas notícias. Creio até que seria de boa política de divulgação da potencialidades da bicicleta meter os outros candidatos a pedalar, adaptando o selim ao estilo e obrigando alguns a subir uma ou outra colina, para que isto não seja apenas a via da facilidade - ou seja: a descer é a bicicleta e a subir é de carrinho. Nesta coisa do pedalar em Lisboa, tendo em conta a tipologia da cidade e as características da sua população eleitoral, talvez fosse mais interessante repegar a ideia dos elevadores (e já agora do corredor verde), proposta tão polemizada na altura.



Nesta Lisboa de ruas íngremes, os eternos promotores de bicicletas e ciclovias apanharam o Costa de costas, ainda em vazio de pré campanha, e sentaram-no, de calções, no selim, aproveitando, antes que fosse tarde, para introduzir o “negócio” - assim ao género das telas ao metro quadrado. Partiu do Príncipe Real, como já era de calcular. Desceu mas não subiu, como também já seria de esperar. E fez muito bem, acabando por se afirmar, tal como todos nós, cicloturistas figurados, disponível para estimular as duas rodas, respectivos pavimentos para circular, acessórios de estacionamento e as inerentes plaquinhas de sinalética, entre outros comércios aos quais uma Câmara em falência técnica deve ponderar, com rigor, os custos, mas… também há, convenhamos, os transportes públicos. Pois.
"Quem tem esta frente Tejo, é uma tentação imaginar uma ciclovia de Belém até ao Parque das Nações". Quase tudo dito, e já são muitos quilómetros para ficarem entretidos. Sublinhe-se a “tentação de imaginar”, disse bem, para não ir embora sem dar alguma coisa, acrescentando que lhe entregaram “uma série de propostas, que passam pela construção de mais ciclovias e estímulos ao uso da bicicleta na cidade", (orçamentos será?) e ainda o cortejo vai a abençoar no adro, sendo que as pessoas, no fundo, no fundo, em abono do rigor, sabem que o dinheiro aparece sempre de qualquer lado- até ao dia...
Claro, compreende-se. Bicicletas e rigor é fundamental. Acresce que a ideia não é de agora, saliente-se. Contudo, é fundamental não desprezar a possibilidade dos ciclistas entusiastas se finarem nos devaneios cicloturísticos, não só no esforço do vai acima e vai abaixo, mas devido ao facto de "Lisboa ser a segunda cidade da Europa com piores índices de qualidade do ar", tendo em conta as palavras de Costa. Não sendo um perito, arrisco afirmar que poluição a encher os pulmões não é nada saudável para a sustentabilidade do pedalar, com tantos altos e baixos na cidade. Espero bem, para isto animar, que Carmona Rodrigues responda com um passeio de motares, do Pricipe Real ao Largo do Carmos, passando por Belèm.

Notícia na Sapo > Lusa
Federação Portuguesa de Cicloturismo e utilizadores de bicicleta

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