Vida das Coisas

Claro que não !

Realmente não enxergo a intenção das críticas que fazem à maneira como cada um, em consciência, entende pagar as quotas, já que cada um paga com o que tem e com o que pode, sendo isso um sinal de grande abertura.



Supondo que os tipos da distribuição da dose em pacotinho de plástico, com este ímpetos da Asae e das equipas “anti”, que lhes dificultam a introdução plena do produto, estragando o negócio, não têm cashflow suficiente para, de atacado, liquidar as quotas do gang, será que vão pagar através de Multibanco ? Claro que não!



Admitindo que o pessoal das “cooperações” com parceiros estrangeiros da matéria prima, gente geralmente com os cofres de parede cheios de "feijão branco", embalado em sacos de veludo, que por uma questão táctica também não têm saldo suficiente nas contas, evitando os sinais que despertam a curiosidade dos investigadores, vão pagar através do Multibanco, tanto as quotas do semestre como o dízimo de boa-vontade? Claro que não!

Concebendo que as gentes do dinheiro a mais e para branquear, também não quer, por medida de precaução, fazer movimentos com os cartões ou emitir cheques traçados, teria alguma lógica pagarem através do Multibanco? Claro que não!



Imaginando que com a crise na agricultura, onde do mesmo modo, como é óbvio, pela fiscalização aqui e de Bruxelas, não querem dar ar ao dinheiro amealhado, vão pagar como? Através de Multibanco? Claro que não!

Ora… assim sendo, às urtigas o falso puritanismo e o lugar-comum da moralidade. Realmente, no essencial, que se lixem as eternas virgens da ética.



O que interessa é que as quotas sejam pagam, que isso confira direitos, e que a trapalhice mantenha no poder do aparelho partidário o actual grupo, do qual, felizmente, conhecemos os comportamentos, a forma de pensar e os objectivos capitais que os movem. Grupo, aliás, sublinhe-se, eleito e que, em grande medida, não suporta os críticos de poltrona e de cátedra, sobretudo os dos lugares cativos. Grupo que já percebeu a dimensão da dificuldade em ganhar as próximas eleições, sendo apenas provável retirar a maioria absoluta ao Partido Socialista. Grupo que prefere ter lugares nas listas, sobretudo elegíveis para o parlamento, dedicado, pois, às mudanças internas - que é como quem diz: se Capucho está mal, mude-se.
O PS agradece alegremente a choldra. E a Sócrates certamente que lhe agradará fazer um segundo mandato no poder - nem que seja para se rir, sentado na poltrona de luxo, no seu apartamento de luxo, das avaliações dos professores, das portagens nas Scuts, do aeroporto em 3 dimensões, dos 14 hospitais em construção... Com ou sem azul na laranja, com ou sem Multibancos de cá para lá. Com ou sem rastos do dinheiro arrecadado. O mundo mudou. Longe, portanto, esse tempo em que as contas eram bem feitas por tesoureiros que se comportavam com base na palavra dada. E por um código de honra. Hoje a coisa está abandalhada e os esquemas de distribuição são bastante mais restritivos. Não pode dizer que vale tudo. Mas valerá quase tudo.

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Etiquetas: PSD

publicado por Perdigão # 13.3.08