No gume com conversa mole
A gente pode conduzir um cavalo ao rio, mas não pode obrigá-lo a beber.
W. Somerset Maugham, in O Fio da Navalha
Caro barbeiro
1. Li a nota sobre a lâmina danificada e da pedra de amolador. Fiquei admirado que num estabelecimento tão recomendável fazer uma simples barba seja um gesto de ousadia por parte do cliente e um momento de excessiva destreza de quem escanhoa a penugem do próximo. Lâminas corroídas - sabe-se lá se enferrujadas… - sobretudo as das navalhas, não é nada recomendável para lucrar num mercado com tanta concorrência, nesse teu comércio da barba, do cabelo, da manicura e das massagens.
2. Quanto ao “fio da navalha“, com tanta gente a fazer uso e abuso de poderes pequenos e efémeros, alguns mesmo alucinados com a flexibilidade da espinha dos serventuários, as mordomias da regência e a música encantatória para os ouvidos, conhecendo muitos dos inchados e adivinhando o ar dos outros, é natural que dê comigo a avalias as coisas quanto ao seu significado no quadro da vida e da morte, confrontando-as com a fragilidade da condição humana e a instabilidade da sua natureza. O fio da navalha, tal como no livro, não é um compromisso com a dúvida sistemática ou um mal dizer organizado, mas antes um exercício (ou um jogo) permanente, muitas vezes espiritual, que obriga a magicar e, portanto, a procurar e a encontrar coisas que acrescentam a mente, sobretudo para que o tédio e o nojo não tomem conta de nós.
Grato pela referência.
Revê o DVD ou lê o livro. É sempre útil recapitular algumas matérias dadas.
Blog A Barbearia do Senhor Luís
The Razor's Edge de W. Somerset Maugham
Etiquetas: Barbearia do Luís, Leitura e blogs
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