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When you lose, don't lose the lesson

domingo, janeiro 07, 2007

Zé…


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falando Claro de coisas da Vida, reli este teu texto, escrito lá para Junho de 2005, se não estou em erro, e cheguei aí, não sei qual a coincidência, por via de um registo de search do Statscounter. A nota é interessante. E não fica mal a abrir este ano. Tal como não vem a propósito esta sentença popular: “O que é do homem, o bicho não come!”


Jorge Coelho e o Governo
Ou a inexorável deriva das placa tectónicas

“Não vou dirigir mais nenhuma campanha… esta foi a última!”, mensagem de Jorge Coelho, há pouco pelas “autárquicas”. Claro que sim, Jorge. Senão vejamos: as próximas autárquicas e legislativas são daqui a quatro anos e as presidenciais em 2010… Há ainda a campanha em curso de Soares, mas essa Coelho não a queria dirigir e nem ficar associado a um eventual desastre… Arrumadas as autárquicas 2005 e ficando Soares entregue a Alfredo Barroso & Cª, só por um desastre político haverá campanhas antes de 2009…
E se houver "desastre" é porque a direcção do PS e o Governo se afastaram (e muito…) das orientações de Coelho. Portanto, num tal cenário de frustração, que sejam os seus responsáveis a arcar com as responsabilidades… Coelho coloca-se longe! Mas não desaparece… Longe do que não é da sua lavra, mas perto dos seus – os militantes anónimos (e outros menos anónimos) do PS… Por isso, continuará (mas discreto) nos órgãos dirigentes do partido, como a voz dos socialistas que não têm voz. Entretanto, os homens de Costa e mais Silva Pereira que se responsabilizem pelo que fazem… Há aqui uma inexorável deriva de placas tectónicas e Coelho estará cada dia uns centímetros mais afastado do Governo…
A Questão do Aparelho
Logo que o PS abriu as primeiras sedes, na Primavera de 74, Mário Soares decretou que os funcionários do partido não podiam ter funções nem responsabilidades políticas. Foi um corte radical com a cultura leninista. Só com Guterres em meados dos anos 90, os funcionários foram autorizados a desempenhar cargos e tarefas políticas… Surgiram então os antigos “choferes de Maria Barroso” a ocupar-se de concelhias da área de Lisboa… mas deixaram de ser funcionários.
Por isso, nunca no PS existiu qualquer “aparelho”. Mesmo uma efémera tentativa de Manuel Alegre para o criar, num quadro e caldo de cultura leninista, foi rapidamente votada ao fracasso, pois não se implantou. O enxerto não pegou na cultura política aberta e democrática que entretanto se criara no partido. E Alegre e os seus boys desapareceram pela esquerda baixa.
Quando Coelho irrompe no PS, a apoiar o novo secretário-geral Guterres, inicia uma frenética viagem ao interior do partido que dura há uma dúzia de anos e o levou a todos os campos, estruturas, cantos e cantinhos do PS. Coelho é o “bulldozer” e torna-se o “homem do aparelho todo-poderoso”… Hoje, quando Costas e Marcos Perestrelos se preparam para tomar conta do “aparelho de Coelho” é importante ver do que consta esse “aparelho”, para perceber o que esses “herdeiros” vão receber.
A Fórmula 3 F
Numa dúzia de anos, intensos e frenéticos, Coelho acumulou e desenvolveu duas (e só duas…) realidades: uma agenda pessoal mais grossa que as “páginas amarelas” e um cocktail de forte empatia e magnética força. Desenvolveu, em suma, uma fórmula 3F: desenvolveu um enorme faro político, acumulou força política e tornou-se o homem que une, o federador… Será este “aparelho de Coelho” herdável…? Daqui a uns meses, já se vai ver e perceber tudo.

Entretanto estou a tentar decifrar a entrevista de Miguel Coelho, líder da Concelhia do Partido Socialista de Lisboa, publicada pelo Expresso, que em fim de época diz que lá para o final do ano é capaz de votar Cavaco Silva. Windsurf, direi…
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