Vida…
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… intra-uterina. A decisão em votar no Sim à despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez descambou para uma opção inesperadamente difícil e animada, sobretudo para uma “esquerda” não ateia, para a qual o conceito de Vida diverge da secura das abordagens e definições tecnicistas sobre a Vida, a sua origem e sua propriedade neste paraíso terrestre ou espaço cénico a ensaiar o “Brave New World“. Sendo mais penetrante, é precisamente na interpretação do motivo do prazer implicado no acto sexual que começa a discórdia, apesar de já estarmos na fase de pós globalização, com contraceptivos saborosos e outras sofisticações dialécticas que nos permitem, com segurança, separar o gozo da cópula da coisa pragmática da procriação e da reprodução, ou seja, da decisão consciente em aumentar o número de cidadãos, eleitores e contribuintes, organizados futuramente por castas. De facto, esta diagonal que separa águas, a continuar assim, ainda obrigará o cidadão José Sócrates a assumir o óbvio da advertência de António Guterres: bukra, inxala, “votem em consciência”.
Porém, entrámos no âmbito encaracolado de um dilema grave: quando os adeptos do Não argumentam, empurram votos para o Sim. Mas quando os adeptos do Sim dizem dos seus argumentos, atiram votos para o Não. Estamos, pois, no “afinalemquéqueficamos?…”.
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Assim como assim, espreitem esta nota no Portugal Profundo
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