Vida das Coisas

… o que uma amiga me disse, prudente, vai para uns anos, «que eu parecia mais um caixa de um banco ou um empregado dos seguros, do que propriamente um “artista“». Referia-se, como é óbvio, à minha vestimenta, ao aspecto exterior, à aparência. Desde então comecei a olhar com mais atenção para a indumentária dos artistas óbvios, sendo que ponderei por várias vezes mandar tingir de negro a maior parte das calças, das camisas sem colarinho, dos casacos, dos sapatos… e considerei alguns tiques de excentricidade para não dificultar a identificação. Mas nada encaixou na minha natureza. Por isso, segundo os critérios de avaliação da minha amiga, continuo ainda hoje a parecer um bancário ou um trabalhador dos seguros, marimbando-me para as limitações de quem fixa rótulos e depois nunca mais os desprega.

Grandes confusões na Câmara de Lisboa... não é? Apetecia-me inserir uma Acta da Assembleia Municipal, ainda do tempo de Santana Lopes, insurgindo-se, completamente alterado, contra as "Famílias". Mas, não o faço, porque não "interessa falar sobre coisas do passado".