Vida das Coisas: "Não podem passar sem consequências", diz ele

Semanada > H. Jackson Brown, Jr.

terça-feira, março 31, 2009

"Não podem passar sem consequências", diz ele

Como não nascemos ontem, o único problema que pode persistir é o facto de sermos compulsivamente ingénuos, mas por via da mistura entre uma personalidade frágil e neurónios de pouco alcance. A reincidência do Exmo. Senhor Ministro dos Assuntos Parlamentares em lançar para o ar raciocínios que fazem de nós receptores aparvalhados – ou atrasados mentais – começa a ter aspectos patológicos e certamente diagnosticáveis.
Conheço o novo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, João Palma. Se calhar é mesmo uma pessoa irascível e daí precipitada. Mas é um tipo de coragem. Numa matéria tão delicada como a pressão sobre os magistrados judiciais, não creio que haja espaço para palavras irreflectidas ou, sequer, para mais uma representação táctica de novos episódios da "campanha negra", ou apenas para responder ao Dr. Marinho Pinto, presidente da Ordem dos Advogados. A coisa é grave. Mas haverá provas, com certeza. Mais: estou convencido que esta tendência política para pressionar qualquer um, de maneira directa ou dissimulada, no caso, intimidar os magistrados, que terá lógica na cabeça dos portugueses e das portuguesas, independente de ser na circunstância o processo "Freeport". E o assunto ganha mais gravidade quando um destrambelhado de nome Charles Smith diz e desdiz, num contexto em que os magistrados querem ouvir José Sócrates. Como quem não deve, não teme, quem sabe talvez a contenda se resolva sem danos.
Convenhamos, porém, que não passa pela cabeça de ninguém pensar que não há pressões. Os serventuários estão aí também para isso.

(...) as pressões sobre os magistrados estão a atingir níveis incomportáveis.
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(...) umas são públicas e evidentes e outras, o sindicato reserva-se a oportunidade para as denunciar se for caso disso.
João Palma, Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, in Público