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When you lose, don't lose the lesson

domingo, junho 08, 2008

“A arte da desilusão”


“Quanto mais a luta aquece, mais força tem o PS!”

Que me recorde, por altura das Novas Fronteiras, iniciativa da qual saiu o Programa Eleitoral do actual Partido Socialista, ninguém se indignou com a deslocação para a direita do PS, sobretudo nas orientações de carácter económico - o que, convenhamos, condiciona todas as outras políticas, em particular as de natureza social e laboral. Leia-se, pois, o documento “O Rumo do PS: Modernizar Portugal”, Moção Política de Orientação Nacional, aprovada em Congresso, e lá encontrarão inscritas as políticas que o governo tem tentado prosseguir, umas vezes mais explícitas, outras mais dissimuladas, para não assustar as esquerdas mais sensíveis, as mais nostálgicas. Na altura, perante o descalabro em que nos encontrávamos, o pragmatismo foi a atitude correcta, creio, para inverter a desgraça e provocar algum crescimento com efeitos na carteira do cidadão. Suponho que será justo reconhecermos o trabalho esforçado do Exmo. Sr. Dr. Vieira da Silva e de Idália Moniz.
Manuel Alegre, na sua qualidade de político profissional - provavelmente actividade que mantém para se dedicar à poesia e à publicação dos seus livros -, tem sido a sineta que toca quando é ultrapassada a medida aceitável de desvio ideológico e de orientação política - considerando que ainda há uma ideologia articulada com a acção, já que o PM teve a simpatia de nos informar, formiguinhas, de que a "política é a arte da desilusão". Nestes anos de governo deste PS encarei Manuel Alegre como o dirigente incumbido de enquadrar os militantes e simpatizantes do PS que desejassem sair pela porta das traseiras. Com a consequente atitude de incredulidade, entendi como sendo uma estratégia concertada, apesar dos ódios que conhecemos, alguns radicados antes do 25 de Abril de 1974.
Para nos aproximarmos de uma opinião mais justa, teremos de considerar que José Sócrates foi eleito por uma larga maioria de votos. E com esta aceitação, veio atracada a Moção Política de Orientação Nacional. Assim sendo, é óbvio concluir que é vital para este “PS” criar uma situação insustentável a Manuel Alegre, para este abandonar o partido antes do próximo Congresso, levando consigo os simpatizantes da “corrente de opinião”. Caso Alegre persista no seu caminho, não será preciso meio dedo de testa para se concluir que José Sócrates perde a maioria absoluta e terá dificuldades acrescidas na eleição para Secretário-Geral e no Congresso. Ou seja: “quanto mais a luta aquece, mais força tem o PS!”, não é?
Será que está a chegar a vez de António Costa?

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