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terça-feira, setembro 25, 2007

Rogar a praga ?…

Lê-se no Diário de Notícias, não na página de Astrologia, mas na de Opinião, uma tentativa mais ou menos bem conseguida de adivinhar o futuro - ou será tornar público um desejo, que é quase como um rogar de praga ? O artigo é de Manuel Maria Carrilho. Pessoa, aliás, com quem simpatizo, sublinhe-se, para irritação de alguns amigos mais esclarecidos. Provavelmente esta simpatia residual mantém-se por nunca ter conseguido uma oportunidade para conversar com ele, Carrilho - já que dizem à boca calada que é um tipo intragável. Convenhamos, contudo, que ninguém teve o atrevimento de sentenciar sobre a sua cultura e inteligência. Aprende-se com ele, goste-se ou não se goste da personalidade. O artigo tem o interessante título, “A Implosão partidária”, e refere-se sobretudo ao estado actual do Partido Socialista, texto complementado por umas sugestões abrangentes e óbvias destinadas a fazer luz nos neurónios do bicho PS, para este se corrigir, tomar rumo e ter futuro, tal a presunção. Carrilho, estou em crer, ainda não interiorizou o que é isto, hoje, do ACNUR interno (vulgo Guterrismo silencioso, com um braço activo que é o meu amigo José Lamego), o que é liberalismo no formato Jorge Coelho, a amplitude da ideia de terrorismo pronunciada por António Vitorino, ou o alcance do senhor doutor Silva Pereira, tão ambiental quanto estruturante, acrescidos duma rede organizada a partir da “dissidência” e com os dissidentes, ou a malha de túneis escavados no subsolo da organização e de nome Tó Zé Seguro, para não referir outros que não deixarão que uma grama de explosivo seja despoletada numa parede mestra do palácio do Largo do Rato.
Na Grande Loja do Queijo Limiano, num post assinado por José, inscrevem-se, por sua vez, os nomes daqueles dirigentes que eventualmente irão “implodir” numa primeira cadeia de explosões, começando por José Sócrates e acabando no meu amigo Fausto Correia. Valha-nos, porém, o Dr. Maria Carrilho não ser de confiança nem consequente nas suas adivinhações ou premonições. Mas que vai haver vários confrontos fortes entre diferentes articulações de pensamentos, lá isso vai. Sobretudo quanto à interpretação e aplicação de um mosaico de compromissos ideológicos incontornáveis à Esquerda (alguns, creio, completamente inadequados à sobrevivência nos tempos de hoje) tal como se confrontarão os oportunistas desta brecha conjuntural de centro-esquerda - ou será centro-direita ? - que permite argumentar com a “democracia liberal”, gente de “conveniência “ e de “ocasião “ colada a pequenas e grandes posições da pública, usando do poder do despacho, da minhoca situacionista e do medo de uns milhares de serventuários e marçanos.


Porque a implosão está perto: ela apenas depende do agravamento de dois factores: por um lado, da ilusão que os independentes podem representar de um modo mais genuíno a sociedade civil na vida democrática. E, por outro lado, do bloqueador vazio que se vive no interior dos partidos, que se tornaram cada vez mais em organizações de eleitos sobretudo preocupados com a eleição seguinte.
Excerto de artigo de Manuel Maria Carrilho, no DN, com o título A implosão partidária
A Implosão partidária > Diário de Notícias > Sapo
Grande Loja do Queijo Limiano

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