A Formiga No Carreiro
Nem eu próprio sei a razão que me levou hoje a cantarolar, logo que acordei, esta musiquinha de Zeca Afonso. Haverá qualquer coisa no ar que mereça uma atenção especial?…
A formiga no carreiro
vinha em sentido contrário
Caiu ao Tejo, caiu ao Tejo
ao pé de um septuagenário
Lerpou trepou às tábuas
que flutuavam nas águas
e do cimo de uma delas
virou-se para o formigueiro
mudem de rumo, mudem de rumo
já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
vinha em sentido diferente
caiu à rua
no meio de toda a gente
buliu abriu as gâmbeas
para trepar às varandas
e do cimo de uma delas
A formiga no carreiro
andava à roda da vida
caiu em cima, caiu em cima
de uma espinhela caída
furou furou à brava
numa cova que ali estava
e do cimo de uma delas
José Afonso
Etiquetas: José Afonso
1 Comments:
Essa música fala de opressão política, penso eu. As formigas eram o povo e o septuagenário era o Américo Tomás. O José Afonso tinha grandes letras e canções.
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