Escorregar para o passado…
Jerry Uelsmann. Fotografia Conceptual
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… a mensagem de natal do primeiro-ministro, com uma entoação que me pareceu desajustada e forçada, como quem se dirige com ternura artificiosa a uma audiência de crianças - ou de atrasados mentais - (para uma plateia que, religiosamente, note-se, nesta quadra natalícia gastou em prendinhas a estúpida quantia de quatro mil milhões de euros, trocou 427 milhões de mensagens escritas - certamente relativas à ocasião e, creio, a trinta cêntimos cada - teimosamente voltou a espetar-se em 1.278 acidentes de estrada - com os respectivos 18 mortos - e esgotou as viagens para os lugares distantes e exóticos, endividando-se com o pretexto de esquecer as amarguras do quotidiano aqui) foi, sem dúvida, uma meiguice em tempo de antena, rememorando a melodia das “Conversas em Família”, relegando-nos, igualmente, para a constatação de um novo manejo da Comunicação, um fluxo suave, a massajar as dores dos desvalidos, a embalar as mentes mais delicadas, que se sobreporá no próximo ano para fazer aumentar o PIB e a natalidade no vai e vem do Simplex nas mobilidades, em FlexiSegurança.
Porém, foi um bom discurso. Assim, como que um tranquilizante, em pílula ou em supositório, conforme o gosto. Porque é precisamente aquele que merecemos, trinta anos depois do 25 de Abril.
É caso para dizer que maiorias absolutas também dão nisto, nestas meiguices em família.
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Etiquetas: Politica
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