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When you lose, don't lose the lesson

quarta-feira, novembro 07, 2007

São mais as nozes que as vozes

A coisa é séria, isto do OE. Mas não resisto a usar esta imagem de Fernando Pessoa, em "flagrante delitro", para ilustar o post.
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Uma formiga invisível como eu, não tem necessidade de ler de fio a pavio o Orçamento de Estado para 2008. E mesmo que o fizesse, tendo em conta as minhas qualificações, certamente que não enxergaria o alcance de certas partes, por exemplo, aquelas que dizem respeito ao investimento público ou as que se referem a contas de merceeiro elementares no que toca a deves e haveres sectoriais ou dispêndios e proventos que vão alimentar a monstruosidade para prosseguir com as grandes linhas de rumo.
Economizando na literatura, vou lendo assim as coisas breves que outros escrevem e depois, caso se justifique, verifico no OE online. Neste dia que passou - no passado, portanto -, guardei um post com piada de Vitor Reis, no Quarta República, sobre a discussão no Parlamento, que reproduzo.
Um debate parlamentar sobre o orçamento de estado foi mimetizado por uma palavra: passado.
O PS falou do passado.
O PSD ficou preso ao passado.
O resto da oposição falou da discussão a que assistiu... sobre o passado.
Das outras questões relevantes que mexem com a nossa vida, pouco ouvimos, por causa da importância dada à discussão... sobre o passado.
Há uma lição que o PSD tem a obrigação de tirar do que se passou neste debate no Parlamento: não se pode querer lançar um "novo ciclo", fazendo reaparecer um velho figurante.
Pedro Santana Lopes, para o bem e para o mal, é a pessoa errada, no momento errado e no sítio errado, para ajudar Luis Filipe Menezes e o PSD.
A sua presença é suficiente para que a discussão descambe para futilidades e inutilidades e que a mensagem do PSD se fique por umas justificações sobre o passado.
Será que conseguem tirar consequências desta lição?
Vitor Reis, in Quarta República
Blog Quarta República

Em Zero de Conduta, uma nota de Pedro Sales, que também nos elucida sobre esta coisa das cenas políticas orquestradas, que gastam o tempo destinado aos debates fundamentados e de qualidade.
Santana Lopes andou mais de uma semana a anunciar que se estava a preparar para a reedição dos seus debates com José Sócrates. Ontem, na TSF, falava da abertura de um “novo ciclo político” comparável ao de Cavaco Silva. A imprensa foi na onda. Os jornais da manhã anunciavam a coisa em tons épicos. A Sic Notícias fez um separador para a ocasião. O espectáculo estava montado, as galerias cheias, a Assembleia silenciosa. Só se esqueceram que não basta ter um actor para ter filme. É preciso que ele conheça o papel. Santana foi igual a Santana. Um flop. Tinha cinco minutos para questionar o primeiro-ministro. Perdeu-se a falar do seu tema preferido. Ele próprio. Nos escassos segundos que deixou para falar do Orçamento ninguém percebeu do que é que estava a falar. Ainda inventou uma qualquer figura regimental para tentar um remake. Outra vez o mesmo filme. Penoso e vazio.
Pedro Sales, in Zero de Conduta
Blog Zero de Conduta

Deste primeiro dia, em consequência, pode-se concluir que o Dr. Santana Lopes reabilitado ainda terá de passar mais uns tempos a pedir desculpa ao povo da direita, visto já ter evidenciado, penosa e dramaticamente, o que não pode dar ao povo do centro esquerda.
Assim sendo, registo o último parágrafo de esperança e de confiança, um bom naco de prosa, que resume as ideias centrais deste OE, cuja execução evitará certamente a ruptura social e promoverá, também e certamente, o crescimento com efeitos concretos na vida do povo aflitíssimo, pois claro.
A ambição do Governo é um País com mais oportunidades para todos. Sem demagogia, antes com rigor, disciplina, trabalho, com reformas nos pontos críticos e com efeitos sustentáveis. Não queremos olhar para o passado, deixamos isso a quem nada mais tem a oferecer senão recauchutar os protagonistas do seu próprio insucesso. Queremos olhar para o futuro, porque é aí que se joga a batalha da qualificação, do crescimento e da equidade. E estou confiante que a venceremos. Porque confio em Portugal. Porque confio nos portugueses.
Intervenção do Primeiro-Ministro no debate do OE para 2008 na Assembleia da República
Portal do Governo > OE 2008

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