Vida das Coisas

... que tinha decidido afixar hoje a anunciar o encerramento, para balanço, do blog Luar. Estou saturado de dar para este meu peditório - o do outro, o da mão estendida, que às vezes é quase um heterónimo ou um género de desdobramento irritante. Quando me olho de fora, espectador de mim mesmo, com o espírito de “novo público” de mim próprio, pergunto que raio anda este tipo a fazer nesta coisa da blogosfera - só pode ser coisa de terapia. Racionalizando, encarando desapaixonado o deve & haver desta coisa estranha que é a Vida - sobretudo onde começa e onde acaba, onde acaba e onde começa, onde começa e onde… -, previdente, objectivo, espesso, acabo sempre por concluir que ando a fazer (o) Nada. Mas depois persiste o enigma da antimatéria ou do espaço entre o próprio espaço - e o nada, que vem do nada, insinua-se qualquer coisa - e fixo-me na vontade de pintar umas telas inteiras com um branco gélido ou então dum negro absoluto, sem desenho, sem rodeios, sem meios-tons, sem mais e pronto, assim, de vexas atentamente. Todavia, não resisto em anular os cinco centímetros de levitação, deambulando pelas notícias e divagando pela lista dos meus blog’s favoritos - que são muito mais do que este enunciado aqui do lado. Gradualmente, por cima dos idealizados branco gélido ou preto excessivo, começo a conceber um emaranhado de fios (de linhas), um outro mundo de canais coloridos de cores vivas que cobre o outro mundo pardo, repetitivo, desinteressante e previsível.